Após a flexibilização do isolamento social, a economia baiana reagiu num ritmo maior do que o esperado, mas não se sabe se essa retomada será consistente. O comércio varejista, por exemplo, registrou um crescimento recorde de 25% no 3º trimestre em relação ao segundo, mas o crescimento em setembro, em relação a agosto, foi de apenas 0,8%, já mostrando os efeitos do corte pela metade no auxílio emergencial. As vendas no varejo continuarão crescendo, já que neste mês de novembro ocorre a Black Friday e as compras de fim de ano vão impulsionar o comércio, mas o 1º trimestre de 2021 é uma incógnita, já que a possibilidade de uma 2ª onda de contágio do coronavírus permanece presente. A indústria baiana cresce há cinco meses consecutivos, com um incremento de 18% no terceiro trimestre em relação ao segundo. Naturalmente esse crescimento se dá frente a uma base deprimida, mas a maioria dos setores vem aumentando a produção, com poucas exceções. A tendência é o aumento da produção nos próximo meses, mas no acumulado do ano vai se verificar uma queda de 4% ou mais na produção industrial. O agronegócio baiano voa em céu de brigadeiro e independe da Covid-19. A Bahia vai colher em 2020 uma safra recorde de quase 10 milhões de toneladas, um crescimento de 20% em relação a 2019. Esse desempenho do agronegócio reflete no comércio, que deve ter crescimento acentuado em cidades-polo, como Barreiras, Luís Eduardo, Juazeiro e outras. Quem mais sofreu com a pandemia foi o setor serviços, incluindo o turismo, e sua recuperação é mais lenta com um crescimento de 4,4% no 3º trimestre em relação ao segundo. Quanto ao turismo, o setor vem se recuperando gradualmente, e, em setembro, o índice de atividades turísticas na Bahia cresceu quase 34%, mas no acumulado do ano a queda no setor ainda é da ordem de 40%. Outro destaque é a construção civil, que está em efervescência com dezenas de novos lançamentos e mercado aquecido, especialmente por conta dos juros baixos. Essa retomada da atividade econômica teve efeito no mercado formal de trabalho, e no terceiro trimestre foram criados 30 mil novos empregos. Os números são da SEI – Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais. Mas, apesar do bom desempenho no 2º semestre, nada se pode dizer sobre 2021 tal a incerteza do cenário que inclui variáveis como a possibilidade de uma nova onda da Covid-19, o fim do auxílio emergencial, o gargalo fiscal e o comportamento da inflação. Mas, mesmo com toda a incerteza, haverá, mais cedo ou mais tarde, uma vacina que vai nos tornar imunes à Covid-19 e à irresponsabilidade administrativa e fiscal.
As maiores empresas
A Bahia tem 20 empresas entre as mil maiores do país, segundo o ranking 2020 do Valor Econômico. A predominância é de empresas do setor petroquímico, capitaneadas pela Braskem, e de celulose. No varejo aparece a rede Atakarejo, com faturamento anual de R$ 1,8 bilhão, e a Le Biscuit. Na distribuição de combustíveis, destaca-se a Larco, 12ª maior do setor e a 4ª maior empresa da Bahia com faturamento de R$ 3,6 bi, e a Petrobahia. Duas estatais, Embasa e Bahiagás, e duas mineradoras, Ferbasa e Caraíba, estão presentes. Completam o ranking o grupo LM, de Logística, a Globalpar de energia e a Santa Casa da Bahia, que faturou R$ 640 milhões, mas registrou prejuízo de cerca de oito milhões.
A educação e os prefeitos
O prefeito eleito de Salvador, Bruno Reis – e todos os prefeitos eleitos na Bahia –, tem um exemplo a seguir na educação: o Ceará. Das 100 melhores escolas públicas do Brasil, 77 estão no Ceará. Nos últimos anos, o estado ultrapassou todas as metas do Ideb – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica e é líder no Nordeste no ranking de melhores instituições. A receita é simples: meritocracia e estímulo. Estado e prefeitura instituíram premiações para as melhores escolas e alunos, com metas estabelecidas. O estado chegou a vincular o repasse de ICMS aos municípios às metas educacionais. Resultado: cidades como Sobral e Fortaleza passaram a ser referência em qualidade no ensino público.
Fonte: A Tarde