Áudio vazado expõe contradição no MBL e revela tratativas com Léo Prates para 2028

Após Renan Santos negar qualquer vínculo com o deputado, gravação interna do movimento mostra que a cúpula discutia aproximação estratégica visando a eleição em Salvador.

Um dia depois de o pré-candidato à Presidência pelo Partido de Missão, Renan Santos, afirmar em live do Movimento Brasil Livre (MBL) que o grupo não mantém qualquer tipo de ligação com o deputado federal Léo Prates, um áudio vazado nesta terça-feira escancarou o contrário. A gravação, atribuída ao coordenador nacional Ricardo Almeida, fundador do MBL e uma das principais lideranças internas mostra que o movimento discutia, sim, uma aproximação política com o parlamentar.

No áudio, Ricardo comenta declarações recentes de Prates e orienta que o movimento divulgaria uma “nota cordial”, reconhecendo inclusive que o deputado “não deveria ter dito que tem apoio do MBL, mas que tudo seria tratado de forma diplomática. A conversa interna reforça que havia interesse em manter pontes com Prates diante da possibilidade de sua candidatura à Prefeitura de Salvador em 2028.

A versão interna contrasta diretamente com a postura pública adotada por Renan Santos. Durante a live, o dirigente não só negou qualquer aproximação com o deputado, como partiu para ataques frontais: comparou Prates a um “traficante” apesar de o parlamentar não responder a nenhum processo e ainda fez chacota com seu sotaque nordestino.

Com o vazamento, o discurso de Renan perde força dentro e fora do movimento. A fala de Ricardo Almeida, que divide a liderança do MBL com Renan, deixa evidente que havia conversas, articulação e intenção política envolvendo Léo Prates, contrariando completamente o que foi defendido na live.

A crise expõe mais uma fissura na narrativa pública do MBL e coloca em xeque a coerência da cúpula do grupo num momento em que tenta se reposicionar no cenário nacional.

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