“Câmara suave e consciente”: Coca Branco avalia nova legislatura e fala dos bastidores da política local

Em entrevista ao Liga da Política, vereador Coca Branco analisa o momento político de Lauro de Freitas, critica a gestão anterior e declara apoio à prefeita Débora.

O vereador Coca Branco foi o entrevistado do Podcast Liga da Política, na tarde da última terça-feira (8 de abril). Em uma conversa franca com os apresentadores Paulo ManeiraHendrik Aquino e Siqueira, Coca abordou temas delicados como a crise financeira do município, os bastidores da eleição de Débora Régis, sua trajetória política e a transformação na postura da Câmara Municipal.

“Câmara suave” e mais madura

Na avaliação de Coca Branco, a atual legislatura é marcada por um clima mais sereno e produtivo. Ele descreveu a nova formação da Câmara como uma “Câmara suave”, com menos embates e maior consciência dos desafios da cidade, mesmo entre os parlamentares de oposição.

“Hoje temos uma Câmara mais consciente do momento crítico que Lauro de Freitas vive financeiramente. Isso exige responsabilidade institucional e menos vaidade política”, afirmou.

Trajetória política e oposição na era Moema

Coca relembrou sua experiência como vereador de oposição durante a gestão de Moema Gramacho, relatando perseguições políticas e dificuldades até para dialogar com servidores da limpeza pública, por medo de retaliações.

“Naquele período, ser oposição era praticamente ser excluído. Era difícil até conversar com um gari, porque as pessoas tinham medo de perder o emprego só por falar com a gente.”

Retorno com apoio popular e base de Débora Régis

Ele retornou ao Legislativo com 1.220 votos, sem estrutura financeira, fazendo campanha, como disse, com “sola de sapato”. Hoje integra a base da prefeita Débora Régis e afirma estar ao lado dela, pronto para apoiá-la diante da crise herdada.

“Débora recebeu a prefeitura num verdadeiro colapso. São mais de R$ 81 milhões em notificações da Receita Federal, só em débitos patronais. Isso é apropriação indébita”, denunciou.

Críticas à gestão anterior e lógica dos cargos

Coca fez críticas à gestão anterior, destacando a cultura do clientelismo e a dependência política de cargos comissionados.

“Tivemos vereador com 1.300 cargos. Isso destrói qualquer independência do Legislativo e transforma política em negócio. Débora está tentando romper com isso, mesmo sob forte pressão.”

Comparação entre prefeitos e estilo de gestão

Coca classificou Débora Régis como uma junção dos ex-prefeitos Márcio e Moema. Segundo ele, Débora carrega a técnica de Márcio e a habilidade política de Moema, mas tenta construir um modelo diferente, mais moderno e enxuto.

“Ela tem enfrentado um sistema viciado, onde muitos ainda pensam com a lógica de 2024. Mas Débora tenta virar essa chave.”

Associações de bairro e enfraquecimento da base comunitária

O vereador lamentou a extinção das associações comunitárias sob a gestão anterior, trocadas por lideranças subordinadas à estrutura da prefeitura.

“Moema acabou com as associações de bairro, que eram legítimas e representativas. Isso enfraqueceu a mobilização popular.”

Ausência de liderança oficial e bastidores da eleição

Os apresentadores cobraram a ausência de um líder do governo na Câmara, o que Coca também reconheceu como um problema a ser resolvido. Siqueira criticou o fato do presidente Juca estar assumindo esse papel informalmente.

Nos bastidores da eleição de Débora, Coca revelou que houve pressões políticas, perseguições e desafios jurídicos, mas sempre acreditou que ela venceria e voltaria fortalecida de Brasília.

“Ela voltou legitimada. E eu estou ao lado dela, emocionalmente e politicamente, para ajudar nesse momento difícil.”

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