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“A polícia de Xangai desceu brutalmente no serviço de metrô exigindo que os passageiros entreguem seus celulares destravados e procura por imagens de protestos e aplicativos proibidos. Eles se movimentam metodicamente entre as filas dos nervosos passageiros, como agentes de um estado Orwelliano de vigilância”.
Assim começa o artigo do jornal britânico The Times publicado neste fim de semana sobre o “estado totalitário digital” criado por Xi Jinping. Numa das cenas do clássico 1984, de George Orwell, um dos personagens expressa seu alívio pelo fato de que a câmera que o vigia não saber o que ele pensa. Na China Comunista nem isso é pode ser um motivo de alívio.
Segundo o Times, 540 milhões de câmeras podem identificar pessoas até pelo jeito que elas andam. E a ditadura chinesa está trabalhando para identificar 54 expressões sutis da face que indicam se a pessoas está feliz, desgostosa, raivosa, ou com medo. Esse controle não se limita às cidades, mas já se estende às regiões rurais.
A fase um do controle da internet usa algoritmos e dois milhões de censores para bloquear sites não desejados, imagens e palavras-chave. A fase dois (chamada de “crédito social”) vai avaliar o comportamento de cada cidadão e dar notas de acordo com sua obediência ao regime. Cidadãos rebeldes terão acesso limitado a bens, serviços, viagens, empréstimos, educação e empregos.
Carros controlados pelo Estado
Até o que aparentemente representa um sinal de progresso tecnológico do país tem uma função de controle e repressão. A China é hoje a maior produtora de carros elétricos do mundo. A cada 30 segundos esses carros enviam ao aparelho estatal a localização do veículo, sua velocidade e direção.
A pandemia de covid-19 está sendo outra arma a serviço do Partido Comunista. Cada cidadão que faz seu exame obrigatório tem seu DNA e outros dados biométricos enviados ao sistema de repressão. Um aplicativo informa se a pessoa foi contaminada e essa informação determina sua liberdade ou não de movimento.
Todo esse aparelho de repressão está sob controle do Ministério de Segurança do Estado. Segundo o Times, a China gasta mais com o controle de seus cidadãos do que com a defesa contra ameaças externas.
Créditos: Revista Oeste, Terra Brasil