De olho nas eleições 2024 24/11/2023

O peso da decisão do governador para a disputa municipal na capital pode levar grandes aliados seus a perderem espaço e votos em Salvador.

A matemática é simples. Com a escolha de um nome de unidade, até então ventilado no deputado estadual Robinson (PT), os federais votados na cidade: Lídice da Mata (PSB) com seus 51 mil votos, Pastor Sargento Isidoro com seus 39 mil votos, Alice Portugal (PCdoB) com seus 33 mil votos, e os estaduais Olivia Santana (PCdoB) com seus 56 mil votos, Matheus de Geraldo Júnior (MDB) com seus 21 mil votos, estariam facilitando o caminho e perdendo espaço para o petista em 2026 .

Acontece que a eleição municipal na capital é vista como uma forma do candidato não ser esquecido pelo povo e ser relembrado mais facilmente dali a 2 anos. Com a unidade do grupo, o maior beneficiado seria o candidato escolhido do PT. Este, naturalmente, terá uma ampliação de sua votação na capital, que conta com mais de 1 milhão e 600 mil eleitores.

Tendo em vista o fato de que nenhum deputado quer perder seu espaço, provavelmente, serão indicadas mais de 3 chapas do governo à Prefeitura de Salvador, com o alinhamento do grupo no caso de um provável segundo turno. Porém, a decisão final do governador que seria tomada agora em novembro pode ficar para o ano que vem. Lembrando que na Bahia o ano só começa depois do carnaval.

Enquanto isso, o prefeito Bruno Reis (União) deve declarar em breve que irá para a reeleição e que vai manter sua vice Ana Paula Matos (PDT) no lugar onde está. Por lá só se fala que em time que está ganhando não se mexe.

Seguindo o exemplo da capital, algumas cidades vizinhas devem repetir a mesma regra, onde a situação conseguirá manter uma unidade em torno do projeto, enquanto a oposição encontrará muita dificuldade para unir um grupo.

O país está politicamente dividido. Mesmo sabendo que ideologicamente as eleições municipais sofrem poucas interferências das brigas partidárias nacionais, se alguma metade da divisão não tiver unidade será um grande indício para a derrota.

A polarização das eleições é uma das poucas certezas sobre as disputas em praticamente todas as cidades. Sai na frente aquele candidato que conseguir agregar o maior número de aliados em seu entorno ainda na pré-campanha.

Em Lauro de Freitas, a prefeita Moema Gramacho deverá antecipar a escolha do seu sucessor. E a falta de habilidade da oposição em unificar o grupo em torno de um só nome ganha novos capítulos com o retorno da vereadora Débora Régis (PDT) ao cargo de vereadora.

Os partidos União, PP, PDT, PSDB, PL e Novo querem lançar candidatos próprios na cidade. Se a vereadora não conseguir unificar todas essas forças é provável que desses 6 partidos saiam pelo menos duas candidaturas de oposição.

O PL em Lauro de Freitas ainda não conseguiu imprimir a sua identidade. O partido segue na base da prefeitura e votando conforme o alinhamento da prefeita. A candidatura do deputado estadual Leandro de Jesus não pegou aderência, mas o partido já está viabilizando outros nomes para representá-lo nas próximas eleições.

Partindo da mesma lógica, as cidades de Vitória da Conquista e Luis Eduardo Magalhães podem sair do controle de governos centro-direita por causa da desunião. Com isso, os candidatos do governador ganham força e na disputa entre mais de 2 candidatos são os francos favoritos.

Em Vitória da Conquista, Sheila Lemos, mesmo fazendo uma gestão com destaque, perde espaço para o deputado federal Waldemar Pereira (PT) por causa da pré-candidatura de Washington Rodrigues (PL).

O mesmo acontece em Luís Eduardo Magalhães em que o PL tenta emplacar a candidatura do empresário Antônio Tadeu. A candidatura dele colabora com a campanha de Oziel Oliveira (PSD) dificultando os planos de reeleição do prefeito Júnior Marabá (PP).

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