Dólar hoje recua mais de 1% após fala de Powell em Jackson Hole

O dólar está em forte queda em relação ao real nesta sexta-feira (23), devolvendo grande parte dos ganhos obtidos no dia anterior. Esse movimento ocorre em resposta aos comentários do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, feitos no simpósio de Jackson Hole.

Powell afirmou que “chegou a hora” de o banco central dos Estados Unidos reduzir sua taxa de juros. Ele justificou essa posição destacando os riscos crescentes para o mercado de trabalho, que não permitem mais enfraquecimento, e afirmou que a inflação está no caminho certo para atingir a meta de 2%. Essas declarações sinalizam um apoio claro a uma política monetária mais flexível, o que impacta diretamente o valor do dólar.

Qual a cotação do dólar hoje?

O dólar comercial operava com baixa de 1,05%, a R$ 5,530 na compra e R$ 5,531 na venda. O dólar futuro de primeiro vencimento (DOLc1) caía 0,54%, indo a 5.577 pontos.

Na quinta-feira, o dólar à vista fechou em alta de 1,96%, cotado a R$ 5,5899.

O Banco Central (BC) fará nesta sessão leilão de até 12.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1º de outubro de 2024.

Dólar comercial

Compra: R$ 5,530

Venda: R$ 5,531

Dólar turismo

Compra: R$ 5,626

Venda: R$ 5,806

O que aconteceu com o dólar hoje?

O dólar ampliou suas perdas na sessão de hoje, impulsionado pelo discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, no simpósio anual do Fed de Kansas City em Jackson Hole, Wyoming. Powell afirmou que “chegou a hora” de ajustar a política monetária dos EUA, sinalizando a iminência de cortes nas taxas de juros. Ele observou que os riscos de alta para a inflação diminuíram e os riscos de queda para o emprego aumentaram, indicando um apoio explícito ao afrouxamento monetário.

Powell também destacou que sua confiança na redução da inflação para a meta de 2% aumentou, após ela ter subido para cerca de 7% durante a pandemia, e mencionou que o desemprego está aumentando. O discurso deixou claro que o momento e o ritmo dos cortes dependerão dos dados futuros, especialmente dos indicadores econômicos como o payroll.

Em contraste com o Fed, o governador do Banco do Japão (BOJ), Kazuo Ueda, reafirmou uma postura mais agressiva, o que levou o iene a liderar os ganhos entre as principais moedas.

De acordo com Étore Sanchez, economista da Ativa Investimentos, o discurso de Powell confirmou o esperado início do afrouxamento monetário para setembro, com um tom dovish que reforça a expectativa de cortes nas taxas de juros devido à fraqueza no mercado de trabalho. Sanchez destacou que, apesar das expectativas, a autoridade monetária não estabeleceu um ritmo fixo para os cortes, que dependerão dos dados futuros, incluindo o payroll de 6 de setembro.

A abordagem acomodatícia do Fed está impactando significativamente os mercados, reduzindo a perspectiva de que o Banco Central brasileiro possa iniciar um ciclo de alta de juros em breve.

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