O dólar começou esta terça‑feira (15) em queda frente ao real, devolvendo parte da alta da véspera depois que indicadores de inflação norte‑americanos vieram mais fracos que o esperado. Às 9h34, a moeda à vista era negociada a R$ 5,566, recuo de 0,33%, enquanto o contrato futuro para agosto caía 0,46%, para R$ 5,587.
Alívio vindo de Washington
- O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos subiu 0,3% em junho, em linha com a mediana das projeções, mas alguns núcleos mostraram desaceleração maior que a prevista.
- Na comparação anual, a inflação ficou em 2,7%, reforçando apostas de que o Federal Reserve poderá manter os juros estáveis por mais tempo, o que tira força do dólar globalmente.
Olho no Supremo e no Planalto
No Brasil, o foco do dia recai sobre a audiência de conciliação marcada pelo Supremo Tribunal Federal entre Executivo e Legislativo para discutir a tributação do IOF em operações de crédito. O encontro pode destravar uma nova calibragem do imposto e mexer com expectativas fiscais.
Paralelamente, o governo avalia contramedidas à ameaça de Donald Trump de impor tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1.º de agosto. Ontem, o Palácio do Planalto regulamentou a Lei de Reciprocidade Comercial, criando um comitê interministerial que poderá autorizar retaliações equivalentes.
Atuação do Banco Central
- O BC realizou um leilão de linha de US$ 1 bilhão para rolar vencimentos de 4 de agosto.
- Também ofertará até 35 mil contratos de swap cambial tradicional (cerca de US$ 1,75 bilhão) para rolagem do vencimento de 1.º de agosto de 2025.
Cotações de referência (9h34)
Tipo de câmbio | Compra | Venda |
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Dólar comercial | R$ 5,565 | R$ 5,566 |
Dólar turismo | R$ 5,608 | R$ 5,788 |
Mesmo com o recuo desta manhã, analistas alertam que a divisa segue pressionada: a incerteza sobre o desfecho da disputa tarifária com os EUA e a agenda de votações econômicas no Congresso devem manter a volatilidade elevada nas próximas semanas.