O ex-ministro Antonio Palocci declarou, em acordo de delação premiada homologado pela Justiça, que alguns dos principais bancos do país fizeram doações eleitorais de até R$ 50 milhões a campanhas do PT em troca de favorecimentos nos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Em trechos de sua delação obtidos pelo jornal O Globo, Palocci citou casos que envolvem os bancos Bradesco, Safra, BTG Pactual, Itaú Unibanco e Banco do Brasil.
Segundo o ex-ministro, o interesse das instituições ia de informações privilegiadas sobre mudanças na taxa básica de juros, a Selic, até a busca por apoio do governo em defesa de interesses das instituições e seus acionistas.
Procurados pela reportagem, os acusados negam as irregularidades e classificam a delação de Palocci como “mentirosa” e “inverossímil”.
As instituições acusam o ex-ministro de criar versões sem provas a fim de tentar obter benefícios da Justiça e dizem que todas as doações foram feitas legalmente.
Os anexos que envolvem os bancos estão sob sigilo e fazem parte da delação premiada assinada no ano passado com a Polícia Federal (PF).
O ex-ministro havia procurado inicialmente o Ministério Público Federal em Curitiba, que rejeitou a proposta de delação por considerar que não havia provas suficientes para corroborar os relatos.
Depois Palocci buscou a PF e fechou o acordo delação, homologado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região em junho do ano passado e pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, em novembro.