Presidente falou ainda sobre pressA?o que estA? sofrendo e fez duras crA�ticas A� oposiA�A?o
O CORREIO fez uma entrevista com IvA? de Almeida. O presidente do VitA?ria falou sobre renA?ncia, erros de gestA?o e relaA�A?o com o elenco.
Vamos direto ao ponto. Existe chance de vocA? renunciar?
Eu nA?o vou renunciar. Nunca. Isso nA?o passa em minha cabeA�a, porque seria compactuar com esse movimento ilegA�timo e patrocinado por alguA�m que jA? passou pelo time e jA? faliu o clube duas vezes.
De quem vocA? estA? falando?
Hoje, estamos recebendo passivos ocultos. SA?o despesas contraA�das lA? atrA?s. Por exemplo, Edinho NazarA� emprestou US$ 500 mil A�a Paulo Carneiro. Ele nunca pagou. Edinho entrou na JustiA�a em 2003, depois de ser tA�cnico do clube, e Paulo fez um reconhecimento dessa dA�vida anos depois. A aA�A?o foi ajuizada em 2008, mas essa dA�vida sA? estourou agora. A JustiA�a deu ganho de causa para Edinho e, no primeiro cA?lculo, jA? chegou a R$ 8 milhA�es. Procuramos esses documentos e ninguA�m tem. Ele (Paulo Carneiro) diz que estA? por aA�. Ele leva todo mundo na conversa, no bico.
VocA? foi eleito pelo Conselho Deliberativo. Agora, parte do conselho pede seu impeachment. Isso mexe com vocA??A�
Claro que mexe. Mas nA?o me tira do prumo, nem me desequilibra. Nossa chapa foi composta por seis ou sete grupos. AlguA�m desse grupo saiu e virou oposiA�A?o. Essa pessoa estA? lA?, cutucando essa turma. Mas A� uma minoria. O conselho, no geral, tem feito o trabalho dele. SA?o vozes pequenas.
EntA?o vocA? nA?o tem medo de ser retirado do cargo?
Eu nunca tive medo de nada. Minha vida sempre foi traA�ada dentro de um padrA?o com desafios. Para mim A� normal enfrentar desafios. A prA?pria eleiA�A?o foi um desafio. TA�nhamos uma chapa que nA?o tinha nem a relaA�A?o do colA�gio eleitoral e as outras tinham. Foi muito difA�cil.
VocA? tem uma carreira bem-sucedida como professor e empresA?rio. Se arrepende de ter entrado no futebol?
Nunca. Muito pelo contrA?rio. Para mim A� um orgulho grande estar aqui. A� uma satisfaA�A?o na minha vida ser presidente. O VitA?ria sempre representou muito pra mim e sou grato por fazer parte da vida dele. Sou conselheiro hA? 20 anos e me sinto muito A� vontade de estar aqui. NA?o estou estressado, mas estou com mais trabalho. Nosso diretor de futebol (Petkovic) tem participaA�A?o mais intensa no centro de inteligA?ncia, mas o presidente define em conjunto. Coisas de maior importA?ncia, como um afastamento de tA�cnico, cabe ao presidente, nA?o ao diretor. Eu demiti Argel. Em seguida, houve pressA?o e Sinval pediu desligamento e eu aceitei.
VocA? se sentiu desamparado apA?s a saA�da de Sinval?
Exatamente. Mas, depois disso, fiz correA�A�es.
VocA? se arrependeu apA?s ver a repercussA?o negativa com a escolha do nome?
NA?o. Gallo foi uma escolha. Fizemos uma lista de vA?rios nomes, mais de 30, e ficaram quatro ou cinco. Ele estava nesse grupo. Estamos no caminho certo. A� um tA�cnico preparado, que jA? passou por grandes equipes do futebol A�brasileiro.
Uma lista com 30 nomes nA?o A� demais? VocA?s atiraram para todos os lados, sem procurar um perfil especA�fico?
A� muito nome, mas pensei: a�?quero um tA�cnicoa�?. Colocamos numa planilha todos que interessavam. Observamos e, a partir daA�, foi muito tranquilo. Na hora de definir o nome, o prA?prio Conselho Diretor consultou outros conselheiros, mas foi uma consulta informal, para saber a opiniA?o. A partir dali, acompanhei todo o processo e tomei a minha decisA?o por Gallo. Eu estava no Rio de Janeiro e conversei quatro, cinco horas com ele e me convenci que ele tinha o perfil que precisA?vamos. A partir do meu convencimento eu disse: a�?Pet, pode anunciar. O treinador A� esse aquia�?. Pet esteve presente tambA�m, mas a decisA?o foi do presidente.
VocA? acha o VitA?ria um clube organizado?
Muito organizado. O que tem acontecido A� que, nas redes sociais, existem grupos que tentam nos desestabilizar, mas o VitA?ria tem consciA?ncia que a gestA?o A� tranquila. As partes financeira e administrativa funcionam. A A?nica coisa que nA?o chegou ainda foi o resultado em campo. Quanto ao resto, nA?o tem problema. Temos um centro de inteligA?ncia onde toda contrataA�A?o passa por ali e esgotamos todo tipo de pergunta. Temos diretor de futebol, tA�cnico, assessorias. EntA?o, nA?o hA? problema.
Pet mudou de cargo trA?s vezes em menos de um mA?s. NA?o A� desorganizaA�A?o? Foi planejado?
NA?o. Mas isso tudo ocorreu dentro do departamento de futebol. A� comum. Em qualquer empresa pode ocorrer, dentro de um departamento, um fato dessa natureza.
VocA? acha isso comum?
O estranho seria ele A�sair do administrativo ou do financeiro e vir para o futebol. Mas ele mudou dentro do departamento. Ele tem credencial pra ser tA�cnico e gerente de futebol. NA?o vejo nada de errado.
Se ele tem credencial, por que saiu apA?s quatro rodadas?
Outras equipes tambA�m passaram por isso. Paulo Autuori era gestor e tA�cnico. Ficou sobrecarregado e contratou Eduardo Baptista. Tiramos Pet pela sobrecarga. Quando tinha Sinval, eles dividiam. Na hora que Sinval saiu, ficou uma sobrecarga muito grande e o prA?prio Pet apontou que o melhor caminho seria contratar um tA�cnico que tivesse sincronia com ele e com a prA?pria instituiA�A?o, com o perfil do clube. NA?o acho nada de tA?o anormal nisso, mas poderia ser de outra forma. Criaram muito problema com isso nas redes sociais. Por exemplo, nA?s sA? conseguimos fazer ajustes na hora que blindamos o nome do treinador. Antes, qualquer nome que falA?ssemos, era contestado. Chegaram a pedir um tA�cnico sem saber que tinha multa de R$ 5 milhA�es e salA?rio de R$ 760 mil. Tenho responsabilidade pelas finanA�as do clube.
Vamos falar de futebol. O que estA? acontecendo com o time?
Eu sei que a torcida nA?o estA? satisfeita. Eu tambA�m nA?o estou. Existe uma indignaA�A?o total de resultados. Nos A?ltimos meses, esse elenco foi muito cobrado, participou de um excesso de partidas e isso afetou muito o condicionamento fA�sico deles. Entramos no Brasileiro faltando quatro ou cinco titulares. Agora, nos sentimos A�na obrigaA�A?o de fazer reposiA�A?o com novas contrataA�A�es e finalizar contrato daqueles que nA?o foram aprovados nA?o sA? no nosso perA�odo, como no anterior. Precisa ter paciA?ncia. NA?o tA�nhamos elenco e fizemos contrataA�A�es em um ritmo acelerado. A gente jA? previa que uns 30% nA?o vingassem. Agora, A� seguir com calma e critA�rio. Os reforA�os vA?o chegar.
Como blindar seus atletas?
O mundo hoje A� diferente de 15, 20 anos atrA?s. Por mais que vocA? queira blindar o atleta, existe rede social. Pedimos a eles que evitem rede social. Pedimos tambA�m que parem de importunar nossos atletas. Isso afeta, mas nA?o vA?o nos levar a uma condiA�A?o de pA?nico. Estamos tranquilos, sabemos do que precisa ser feito. Agora temos um psicA?logo para fazer frente a esse tipo de pressA?o.
VocA?s falam muito na filosofia do clube. Que filosofia A� essa?
Buscar desenvolver as divisA�es de base de forma que possa suprir o profissional e trazer grandes talentos para poder mesclar com essa juventude. A dificuldade que tivemos A� que pegamos um clube sem divisA?o de base. SA? temos hoje aqueles que entraram com 17, 18 anos, mas ninguA�m desde menino. NA?o temos mais isso.
NA?o A� contraditA?rio priorizar a base e negociar Marcelo, Ramon, Nickson?A�
O jogador da divisA?o da base deve nA?o apenas suprir profissional. Eles sobem em um grande grupo. Alguns servem de vitrine, aA� eles retornam e a gente pode vender. Chegaram pedindo R$ 1 milhA?o por Marcelo e vendemos por quase R$ 5 milhA�es, por exemplo.
Mas vocA?s nA?o contrataram jovens. A maioria A� experiente. Isso nA?o encaixa na filosofia.
Tem que alinhar as duas coisas. Contratar jogadores mais velhos, experientes, e mesclar com jovens. A� que tivemos pouquA�ssimo tempo. Quase todos tinham contrato encerrando em dezembro. Em janeiro, tA�nhamos que ter time pra jogar trA?s competiA�A�es. Acabou que nA?o coincidiu com a filosofia da gente. A filosofia A�estA? sendo implantada. Naquele momento, tA�nhamos um problema, que era formar um elenco. A partir dali, comeA�amos a focar nessa filosofia.
Algum jogador desse elenco jA? pediu pra ir embora?
NA?o. Mas teve atleta que o clube pediu de volta e ele disse que nA?o, que queria ficar. Os atletas acreditam no clube, na administraA�A?o do VitA?ria. O que incomoda eles A� essa oposiA�A?o de forma burra.
Os atletas te disseram isso? Ou A� uma leitura sua?
NA?o, nA?o falaram nesses termos, mas deixam entendido. JA? ouvi atleta dizendo que o que a oposiA�A?o estA? fazendo pode afetar o desempenho deles. Um deles percebeu isso e chamou atenA�A?o, falou que o ambiente que estA? sendo criado nA?o A� bom para eles.
VocA? acha que o torcedor estA? feliz com o seu trabalho?
Tenho cinco meses de gestA?o. Assumimos um clube com poucos atletas profissionais, construA�mos uma equipe, participamos de trA?s competiA�A?o. Fomos campeA�es baianos e mantivemos a hegemonia. Participamos da Copa do Nordeste e fomos A�s semifinais. Na Copa do Brasil, fizemos boa campanha e fomos atA� a quarta fase. NA?o tenho como achar que fui pior que os outros. O lado negativo atA� aqui foi o departamento de futebol. A forma que organizou a participaA�A?o desses atletas nA?o foi boa. Acabou que desgastou muito eles. Isso reflete em campo.
NA?o foi isso que eu perguntei.
Quando eu era torcedor, eu tinha essa postura e nA?o imagino que, com eles, seja diferente. AlA�m de estrutura sA?lida, a torcida quer que ganhe. AtA� um mA?s atrA?s, tA�nhamos ganho praticamente tudo, estava tudo maravilhoso. Mas entramos no BrasileirA?o, competiA�A?o longa. Pode ter certeza que o torcedor que mais estA? chateado, sou eu. Estou inquieto, quero resultado. A torcida entra na rede social e vA? muita notA�cia mentirosa, confunde a cabeA�a. NA?o fico chateado de falarem de mim. Eles tA?m direito a isso, sem problema nenhum. Mas vamos dar uma virada, nA?o tenho dA?vida disso. NinguA�m tem o que dizer da minha honestidade, da minha dignidade. NA?o falam da minha gestA?o, mas da falta de resultados. Confundem uma coisa com a outra. A gestA?o nA?o estA? desequilibrada. O que precisamos A� concentraA�A?o maior e reforA�os.
A� cedo, mas vocA? nA?o teme um rebaixamento?
NA?o, nA?o estou preocupado com rebaixamento. Nosso foco nA?o A� discutir rebaixamento. Estamos no inA�cio da competiA�A?o e a preocupaA�A?o A� comeA�ar a pontuar forte. SA?o 38 jogos e sA? disputamos cinco.
Qual o seu maior arrependimento como presidente?
NA?o tenho. Estou aqui para servir ao VitA?ria, A� torcida, representar o clube. Mas me incomoda a forma de ataque da oposiA�A?o. Fui oposiA�A?o vA?rios anos e sempre ajudei o VitA?ria no que foi preciso. Todas essas salas (prA�dio administrativo), eu que mobiliei. Por ser oposiA�A?o, a pessoa nA?o deve ser contra o VitA?ria. AtA� as paredes, eu que trouxe o pedreiro e paguei. ConstruA� o prA�dio da base. Nunca contei isso e pouca gente sabe. Isso A� ser torcedor. Meu maior orgulho A� ser VitA?ria. Pode ser oposiA�A?o, mas responsA?vel. A instituiA�A?o estA? acima de todos. Vamos passar e ela vai ficar.
Fonte: Correio24h