O ex-primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe, de 67 anos, faleceu nesta sexta-feira (8), depois de ser atingido por tiros em um comício para as eleições do Senado do próximo domingo.
“Shinzo Abe foi transportado (para o hospital) às 12h20. Ele estava em estado de parada cardíaca na chegada. A reanimação foi administrada. No entanto, infelizmente, ele morreu às 17h03” (5H03 de Brasília), afirmou Hidetada Fukushima, professor de Medicina de Emergência no hospital da Universidade de Medicina de Nara.
Suspeito é capturado
A polícia japonesa disse, nesta sexta-feira (8), que o suposto assassino do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe era um desempregado de 41 anos, Tetsuya Yamagami, que afirmou que usou uma arma de fabricação caseira.
“É uma declaração do suspeito e determinamos que (a arma) é claramente feita à mão, embora nossa análise esteja em andamento”, disse à imprensa um policial da região de Nara, onde ocorreu o assassinato.
Biografia Shinzo Abe
Abe tinha 52 anos quando assumiu o cargo de primeiro-ministro em 2006 e se tornou a pessoa mais jovem a ocupar a posição.
Ele era considerado um símbolo de mudança e juventude, mas também apresentava o pedigree de um político de terceira geração, preparado desde cedo para exercer o poder dentro de uma família conservadora de elite.
Seu primeiro mandato foi turbulento, marcado por escândalos e disputas, e terminou com sua renúncia abrupta após um ano.
Inicialmente ele declarou que renunciou por motivos políticos, mas depois admitiu que tinha um problema de saúde, que mais tarde foi diagnosticado como colite ulcerativa.
Abe ficou famoso no exterior por sua estratégia de recuperação econômica, conhecida como “abenomics”, iniciada em 2012, na qual misturou flexibilização monetária, grande recuperação orçamentária e reformas estruturais.
Alguns avanços foram registrados, como o aumento da taxa de emprego das mulheres e dos idosos. O país também passou a recorrer de maneira mais intensa à imigração para enfrentar a escassez de mão de obra.
Porém, sem reformas realmente ambiciosas, o programa teve sucesso apenas parcial, atualmente ofuscados pela crise econômica provocada pela pandemia de coronavírus.
Posicionamento do Brasil
O Assassinato do ex-premiê Japonês, repercutiu entre lideranças políticas em todo o mundo. O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), disse que espera rigor na punição aos envolvidos e que considera Abe um “líder brilhante e que foi um grande amigo do Brasil”. “Estamos com o Japão”, completou Bolsonaro.
Bolsonaro também disse que o país terá luto oficial de três dias. “Como sinal de nosso respeito ao povo japonês, de reconhecimento pela amizade de Shinzo Abe com Brasil e de solidariedade diante de uma crueldade injustificável”, escreveu Bolsonaro.
Fonte: A tarde