As invasões do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em terras produtivas avançam no país, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém silêncio em relação aos episódios. Ao menos cinco ações do movimento foram registradas na Bahia durante esta semana, e a mensagem do governo federal é de tentar resolver o problema “pelo diálogo”, mas sem tecer críticas aos avanços.
O posicionamento do Executivo tem incomodado o setor agropecuário, aumentando o desgaste com a área. “As invasões ocorridas nos primeiros meses deste ano em diversas regiões são o resultado da conivência histórica com a impunidade. É o caminhar, lado a lado, por parte de alguns, com a depreciação da ordem e da lei”, criticou a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).
Invasões na Bahia
Na última semana, três fazendas da Suzano foram invadidas. Houve registro de derrubada de árvores em uma das localidades. A justificativa dada pelo MST é o descumprimento, por parte da empresa, de um acordo firmado em 2011 para o assentamento de famílias.
No norte da Bahia, também houve registros de invasão. Em Jacobina, mais de 150 pessoas ocuparam uma fazenda com a justificativa de que o local tem 1.700 hectares abandonados e reivindicaram a “desapropriação imediata” para a realização de uma reforma agrária. Os proprietários desmentem que a área esteja abandonada e acionaram a Justiça para responsabilizar os invasores.
Sem invasões nos últimos 4 anos
Durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, houve diminuição no número de ofensivas do MST. Ainda segundo o Incra, em 2020 foram contabilizadas seis invasões e, em 2019, sete. O número de registros é o menor desde 1995, quando o Incra iniciou os cálculos.