Duas pessoas que estavam em condições de trabalho escravo foram resgatadas de uma fazenda no município de Medeiros Neto, localizado no extremo sul da Bahia. O resgate ocorreu na semana passada, mas apenas nesta segunda-feira (2) foi divulgado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).
As vítimas estavam envolvidas na atividade pecuária e eram submetidas a jornadas de trabalho extenuantes, sem registro de horários ou carteira assinada. Além disso, o alojamento em que viviam apresentava condições precárias, sem banheiro ou chuveiro, e estava em péssimo estado de conservação e higiene.
Os dois homens resgatados receberam assistência social do município, incluindo alojamento, alimentação e cuidados de saúde. Segundo o MPT, eles já receberam as rescisões de seus contratos de trabalho.
Durante a inspeção, foram identificadas irregularidades envolvendo outros três trabalhadores da mesma propriedade rural. Embora esses empregados enfrentassem outras violações trabalhistas, não estavam em situação de degradação que caracterizasse trabalho escravo.
O proprietário da fazenda se comprometeu a cumprir rigorosamente a legislação trabalhista na contratação de seus funcionários. O nome do fazendeiro não foi divulgado.
A ação de resgate contou com a participação de representantes do MPT, da Defensoria Pública da União (DPU), da Superintendência Regional do Trabalho e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).