Trilha Amazônia Atlântica tem 468 km e conecta unidades de conservação, comunidades quilombolas e áreas de floresta
O governo federal vai inaugurar, durante a COP 30, a Trilha Amazônia Atlântica, considerada a maior trilha da América Latina, com 468 quilômetros de extensão. O percurso atravessa o estado do Pará, que sediará a conferência do clima da ONU, em Belém, em 2025.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), a estruturação e sinalização da trilha estão em fase final. A iniciativa integra as ações do governo para unir conservação ambiental, geração de emprego e renda e turismo sustentável.
A expectativa é que, no primeiro ano, cerca de 10 mil pessoas percorram o trajeto, que poderá ser feito a pé ou de bicicleta. O percurso atravessa sete unidades de conservação, entre elas as reservas extrativistas marinhas Tracuateua, Caeté-Taperaçu, Araí-Peroba e Gurupi-Piriá, além da APA Belém, o Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia e o Parque Estadual do Utinga Camilo Vianna.
A trilha também passa por seis territórios quilombolas, incluindo comunidades nos municípios de Tracuateua, Bragança, Inhangapi, Castanhal e Santa Isabel do Pará.
“Essa política está fazendo com que a gente passe a ter corredores florestados entre as unidades de conservação, usados para turismo, recreação e também pela fauna, permitindo a migração entre os ambientes”, destacou Pedro Cunha e Menezes, diretor do Departamento de Áreas Protegidas do MMA.
O trajeto permitirá aos visitantes conhecer modos de vida tradicionais, como o de coletores de caranguejo, extrativistas de babaçu, pequenos agricultores e pescadores, além de contemplar paisagens que incluem florestas, manguezais e campinas.
A trilha contará com sinalização, mapas, informações de segurança e o apoio de moradores e empreendedores locais capacitados pelo projeto. Pelo aplicativo eTrilhas, os visitantes poderão acessar informações sobre os serviços disponíveis e entrar em contato diretamente com os prestadores.
O traçado foi planejado para minimizar o impacto ambiental, mantendo a conectividade entre os ecossistemas e estimulando a proteção da fauna e flora. A Trilha Amazônia Atlântica faz parte da Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso e Conectividade (RedeTrilhas), do governo federal.
O projeto é fruto da parceria entre comunidades tradicionais, voluntários, MMA, Ministério do Turismo, Embratur, ICMBio, Ideflor-Bio e Conservação Internacional (CI).
Os municípios participantes incluem Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Isabel do Pará, Castanhal, Inhangapi, São Francisco do Pará, Igarapé-Açu, Santa Maria do Pará, Nova Timboteua, Peixe-Boi, Capanema, Tracuateua, Bragança, Augusto Corrêa e Viseu.