O médico Gabriel Almeida foi um dos alvos da Operação Slim, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (27), para combater um esquema de manipulação e venda ilegal de canetas emagrecedoras. A ação busca desarticular a atuação de profissionais de saúde, clínicas e laboratórios envolvidos na fabricação clandestina de medicamentos.
Ao todo, mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra 25 profissionais nos estados de São Paulo, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro. Segundo a PF, eles são acusados de manipular tirzepatida — princípio ativo do Mounjaro, indicado para tratamento de diabetes tipo 2 e amplamente utilizado para emagrecimento — sem autorização, sem pagamento de patente e desrespeitando normas sanitárias.
Estrutura clandestina e riscos sanitários
As investigações apontam que o grupo mantinha uma estrutura de produção incompatível com padrões de segurança, realizando envase, rotulagem e distribuição de forma totalmente irregular. A PF informou ainda que foram identificados indícios de produção em série, em escala industrial — prática proibida para farmácias de manipulação.
A comercialização dos produtos era feita por plataformas digitais, sem qualquer controle de qualidade, esterilidade ou rastreabilidade, elevando substancialmente o risco sanitário para os consumidores.
Segundo a corporação, estratégias de marketing digital eram usadas para induzir o público a acreditar que a manipulação rotineira da tirzepatida seria permitida, o que não é verdade.
A operação conta com apoio da Anvisa e das Vigilâncias Sanitárias dos estados de São Paulo, Bahia e Pernambuco. O objetivo é interromper a atividade ilícita, identificar todos os responsáveis pela cadeia produtiva e recolher documentos, insumos e equipamentos para análise laboratorial.
Sanções anteriores
Em junho deste ano, o Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) aplicou ao médico Gabriel Almeida uma sanção disciplinar de censura pública, publicada oficialmente. O influenciador, que soma mais de 500 mil seguidores e é conhecido por prescrever Mounjaro para emagrecimento, foi enquadrado por infrações a quatro artigos do Código de Ética Médica.
A decisão foi tomada com base em processo ético-profissional do Tribunal Superior de Ética Médica do Conselho Federal de Medicina, que concluiu pela violação das normas da categoria.