O Ministério da Saúde anunciou a criação do Centro de Operações de Emergência (COE) para dengue e outras arboviroses, em resposta à preocupação com o aumento de casos provocados pelo sorotipo 3 (DENV-3). Esse sorotipo, que não era detectado no Brasil desde 2008, representou 40,8% dos casos registrados em dezembro de 2024, segundo dados do Ministério da Saúde.
Objetivo e estratégias do COE
A iniciativa tem como objetivo aprimorar o planejamento e a resposta a surtos da doença, coordenando esforços entre estados, municípios, pesquisadores e instituições científicas. Entre as principais ações do COE estão:
- Antecipação do planejamento sazonal: Ajustar redes de saúde para atender à demanda durante os períodos de maior incidência.
- Mitigação de riscos: Implementar estratégias preventivas para reduzir o número de casos e óbitos.
- Fortalecimento de medidas preventivas: Ampliar iniciativas como controle de vetores e conscientização da população.
- Articulação nacional: Estabelecer parcerias entre diferentes esferas do governo para enfrentar crises emergentes.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou que o momento exige atenção especial para evitar um aumento expressivo no número de infecções e complicações graves:
“Estamos unindo esforços para mitigar os impactos da dengue e ampliar nossa capacidade de resposta, especialmente em relação ao DENV-3, que pode encontrar uma população mais vulnerável.”
Preocupação com o sorotipo 3
O DENV-3 preocupa por seu longo período de ausência no Brasil, o que implica que grande parte da população não possui imunidade a ele. Isso aumenta o risco de surtos e casos graves. A maior parte das infecções tem sido registrada nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Amapá e Paraná.
Segundo Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde, o cenário atual exige agilidade na implementação de medidas preventivas:
“O retorno do DENV-3 pode levar a um aumento expressivo de infecções e casos graves. Nossa resposta precisa ser estratégica e coordenada.”
Ações preventivas e conscientização
O Ministério da Saúde também reforçará campanhas educativas, destacando medidas para eliminar criadouros do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue. Paralelamente, serão intensificados os treinamentos para profissionais de saúde e a ampliação da capacidade laboratorial para diagnóstico precoce.
Com a chegada do período de chuvas, tradicionalmente associado a um aumento na proliferação do mosquito transmissor, o COE buscará antecipar ações para minimizar o impacto da dengue em 2025.
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