Ministros e Embaixadores Tomam a Dianteira na COP28 Após a Partida dos Chefes de Estado

Com a saída dos chefes de Estado e governo, ministros e embaixadores assumem o protagonismo na COP28, a conferência da ONU sobre mudanças climáticas. O prazo até o dia 12 deste mês é crucial para alcançar uma decisão sobre o balanço global do Acordo de Paris. Esta avaliação contemplará as ações já adotadas pelos países e fornecerá recomendações para a revisão das metas individuais, uma tarefa que será concluída na COP30, em Belém, sob comando brasileiro daqui a dois anos.

A partir de agora, as negociações diplomáticas, sob a orientação do presidente da conferência, Sultan al-Jaber, ganham destaque. Sua missão inclui consultar as posições dos países e apresentar propostas de texto até a quarta-feira (6), marcando o encerramento da primeira semana de negociações.

Tradicionalmente, a segunda semana da COP é dedicada a questões que requerem um mandato mais político do que técnico para a negociação, passando o comando das delegações dos diplomatas para os ministros do Meio Ambiente. Na delegação brasileira, a transição do cargo de negociador-chefe ocorrerá do embaixador e secretário do clima do Itamaraty, André Corrêa do Lago, para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

O impacto inicial da presença de líderes, incluindo o presidente Lula, proporciona um impulso político, conferindo mandato aos negociadores para defenderem suas posições nos dias seguintes. Este modelo foi estabelecido na COP21, em 2015, como uma resposta aos erros políticos identificados na COP15 do Clima, em 2009, em Copenhague. Naquela ocasião, a expectativa de que os líderes resolvessem as questões pendentes no final da conferência resultou em frustração, contrastando com a abordagem adotada com sucesso em Paris. A estratégia francesa concentrou o papel dos líderes na abertura da conferência, proporcionando impulso político, enquanto a fase de negociação foi confiada aos diplomatas e ministros.

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