A� fato que uma boa parte da populaA�A?o mundial vive mal. A OrganizaA�A?o das NaA�A�es Unidas (ONU), estima que 1,57** bilhA?o de pessoas vivam em estado de “pobreza multidimensional”, aquela em que hA? carA?ncias em vA?rias dimensA�es, como saA?de, educaA�A?o e renda. No Brasil, 2,7%** dos brasileiros sofrem de pobreza multidimensional. Um relatA?rio da ONG britA?nica Oxfam, divulgado em janeiro de 2014, revelou que o patrimA?nio das 85 pessoas mais ricas do mundo equivale A�s posses de metade da populaA�A?o mundial. Mas existe um propA?sito para que uma grande quantidade de famA�lias pobres mantenha a qualidade de vida do pequeno grupo de famA�lias mais ricas. A� uma lA?gica perversa porA�m, um povo sem educaA�A?o, ainda que tenha acesso A� informaA�A?o, nA?o sabe ou nA?o consegue selecionar tais informaA�A�es, distraindo-se facilmente com futilidades e prazeres imediatos. Neste caminho, muitas vezes sem volta, famA�lias inteiras tA?m poucas chances de sair da pobreza e da faixa vibratA?ria medA�ocre em que vivem.
Muito pior do que a pobreza financeira, que poderia ser um uma situaA�A?o temporA?ria, a grande maioria de nA?s vive em uma pobreza intelectual responsA?vel pelo distanciamento entre diferentes realidades. Hoje jA? nA?o respiramos mais o mesmo ar. NA?o bebemos mais a mesma A?gua. Sequer pisamos mais no mesmo chA?o. A manutenA�A?o da pobreza tem se mostrado necessA?ria para garantir a qualidade de vida dos poucos que fazem de tudo para integrar o pequeno e seleto grupo materialista dos que vivem a�?bema�?. Isto acontece porque uma boa parte de tal minoria empenha-se para que a maioria permaneA�a empobrecida, ocupada, cansada, dividida, desunida, desorganizada e assim, facilmente manipulada e corrompida.
Vivemos dias difA�ceis. Dias em que colhemos os frutos ruins que vem sendo plantados hA? muito tempo. Plantios sem planejamento, sem a devida preocupaA�A?o na escolha das sementes. Sementes que nA?o vem sendo bem regadas ou adubadas, que brotam e crescem convivendo com pragas. Colhemos hoje os frutos gerados pelas sementes castigadas pelo tempo e por nA?s mesmos. Comeremos tais frutos ainda por muitos anos, quem sabe atA� pelo resto de nossas vidas pois, alguns erros sA?o irreparA?veis.
A eleiA�A?o de governantes desprovidos de capacidade para governar e que por isso nA?o conseguem priorizar questA�es essenciais para a melhoria da qualidade de vida do povo, coloca-nos a todos, obrigatoriamente, em um ciclo vicioso, onde a quantidade de dinheiro e votos acaba sendo mais importante que a qualidade de propostas e, atA� mesmo a qualidade de vida.
E A� no poder pA?blico que, infelizmente, tal inversA?o de valores A� vista com mais frequA?ncia, como acontece com os desperdA�cios e desvios de recursos, praticados por pessoas desprovidas de carA?ter e capacidade tA�cnica mas que foram eleitas pela populaA�A?o que aguarda dias na fila para, muitas vezes, sequer ser atendida.
Os resultados das escolhas ruins nA?o ficam para trA?s na virada do ano. Eles seguem conosco e, por isso, precisam ser lembrados e considerados quando pedimos um ano novo cheio de mudanA�as positivas. Se continuarmos plantando sementes ruins, continuaremos colhendo frutos ruins.
Que em 2016 a gente tenha mais coragem para exigir mais qualidade de nA?s e dos demais. Que sejamos mais criteriosos em nossas escolhas. Que ocupemos melhor o nosso tempo com atividades e pessoas que realmente mereA�am a nossa atenA�A?o assim, consequentemente, teremos um ano melhor.
por Hendrik Aquino*