A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta segunda-feira (23) a segunda fase da Operação Overclean, que investiga o desvio de R$ 1,4 bilhão em recursos públicos provenientes de emendas parlamentares. Foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão e 4 de prisão preventiva em várias cidades, incluindo Brasília, Salvador, Lauro de Freitas e Vitória da Conquista, na Bahia.
Alvos da operação:
- Vidigal Galvão Cafezeiro Neto (Republicanos)
- Vice-prefeito de Lauro de Freitas (BA).
- Eleito em 2020 e, recentemente, apoiou Débora Regis (União Brasil) nas eleições de 2024.
- Lucas Moreira Marins Dias
- Secretário de Mobilidade Urbana de Vitória da Conquista.
- Exerceu funções na administração municipal desde 2022 e foi presidente da Comissão de Combate à Corrupção da OAB local.
- Rogério Magno Almeida Medeiras
- Policial federal.
- Carlos André
- Operador financeiro do grupo, preso na operação.
Além das prisões, a servidora Lara Betânia Lelis Oliveira, de Vitória da Conquista, foi afastada do cargo e alvo de busca e apreensão.
Esquema criminoso:
A investigação revelou que a organização criminosa era liderada pelo empresário Mauro Moura, conhecido como “Rei do Lixo”. O grupo utilizava:
- Empresas de fachada e “laranjas” para fraudar contratos públicos.
- Superfaturamento e sobrepreço em obras e serviços contratados.
- Métodos sofisticados de lavagem de dinheiro, incluindo movimentações em empresas com grande fluxo de dinheiro em espécie.
Atuação do grupo:
- Recursos desviados de emendas parlamentares eram direcionados para administrações municipais e empresas ligadas ao esquema.
- Contratos fraudulentos, totalizando R$ 825 milhões apenas em 2024, eram superfaturados para viabilizar propinas.
Investigação em andamento:
A operação teve início em 2023 após denúncia contra sócios de uma empresa contratada pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), com foco em projetos iniciados em 2017. A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou a estruturação do esquema em operadores centrais e regionais, que cooptavam servidores públicos para facilitar os desvios.
A CNN tentou contato com as defesas dos envolvidos, mas ainda não obteve resposta.
A Operação Overclean segue investigando outros contratos e indivíduos que possam estar relacionados ao esquema.