Polícia prende líder indígena em operação contra conflitos fundiários no sul da Bahia

Um líder indígena foi preso e outras cinco pessoas são procuradas durante duas operações realizadas de forma simultânea nesta terça-feira (9), no sul da Bahia, com o objetivo de combater conflitos envolvendo disputas de terra entre proprietários rurais e povos indígenas.

O preso foi identificado como Joel Brás Pataxó. Ele já havia permanecido 11 anos em prisão domiciliar e foi absolvido em 2017 da acusação de envolvimento no homicídio de um pistoleiro ocorrido em 2002.

As ações integram um trabalho conjunto das forças de segurança estaduais e federais e resultaram, até o momento, na apreensão de mais de 10 armas de fogo, além do cumprimento de mandados judiciais.

Operação Sombras da Mata

A operação Sombras da Mata é resultado da investigação de um episódio registrado em 28 de outubro, no município de Itamaraju, quando, durante a invasão de uma propriedade rural, dois pequenos produtores foram mortos a tiros e um terceiro ficou gravemente ferido. Segundo a polícia, os autores se identificaram como indígenas.

Na ocasião, três pessoas foram presas em flagrante, mas acabaram sendo liberadas por questões processuais. Com o avanço das investigações, foram identificados os supostos mandantes da invasão e os executores dos disparos fatais.

Ao todo, foram expedidos seis mandados de prisão preventiva e um mandado de busca e apreensão. As diligências seguem em andamento.

Operação Tekó Porã

Já a operação Tekó Porã apura um ataque ocorrido no dia 1º de outubro, contra indígenas da Aldeia Kai, na região de Cumuruxatiba, distrito de Prado. O grupo estava em uma propriedade rural após uma ação conhecida como “retomada”, quando foi alvo de disparos de armas de fogo. Dois indígenas ficaram feridos.

Nesta fase, estão sendo cumpridos dois mandados de busca e apreensão nas residências de suspeitos apontados como mandantes e executores do ataque, com o objetivo de reunir mais elementos para a investigação.

Atuação das forças de segurança

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) afirmou que a atuação simultânea das operações demonstra a postura imparcial do Estado no combate a crimes relacionados a conflitos fundiários.

Segundo a pasta, o foco é reprimir ações criminosas praticadas por indivíduos que se aproveitam de reivindicações legítimas dos povos originários para cometer crimes, agravando o cenário de violência na região.

As operações são coordenadas pela Polícia Federal, com apoio do Comando de Operações Táticas (COT), da Polícia Militar da Bahia, da Força Nacional e da Polícia Civil, envolvendo unidades especializadas como BOPE, CORE, CIPPA, RONDESP e coordenadorias regionais do extremo sul do estado.

Burburinho News
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