A Polícia Federal deflagrou a Operação Fundo no Poço com um alvo central: Eurípedes Gomes de Macedo Júnior, presidente nacional do Solidariedade. Com uma trajetória política de duas décadas, Eurípedes Júnior agora enfrenta acusações graves, sendo apontado como líder de uma organização criminosa envolvida em um esquema de desvio de verbas partidárias.
O montante desviado é chocante: nada menos que R$ 36 milhões dos fundos partidário e eleitoral, destinados à promoção da democracia e financiamento de atividades políticas, foram supostamente apropriados por Eurípedes Júnior. Mas onde foi parar esse dinheiro? De acordo com as investigações, o presidente do Solidariedade utilizou os recursos para financiar um estilo de vida luxuoso, incluindo passagens aéreas, hospedagens em hotéis cinco estrelas e até mesmo cruzeiros.
As investigações revelaram que Eurípedes não poupou despesas ao escolher seus destinos. Desde os Emirados Árabes até as praias da República Dominicana, passando pela charmosa Itália e os vibrantes Estados Unidos, o presidente do Solidariedade parece ter explorado os quatro cantos do mundo com o dinheiro do partido. Um detalhe intrigante é sua predileção por escalas prolongadas no Panamá, um conhecido paraíso fiscal, durante suas viagens aos Estados Unidos.
Aprofundando ainda mais as suspeitas, os investigadores descobriram uma transferência de R$ 100 mil para uma empresa de turismo, apenas dias antes do político ser afastado da direção do partido, em março de 2022. Embora tenha sido afastado temporariamente, Eurípedes Júnior conseguiu recuperar seu cargo meses depois, ampliando as incertezas sobre o funcionamento interno do Solidariedade.
O escândalo não se limita apenas ao presidente do partido. Sua rede familiar parece estar envolvida até o pescoço no suposto esquema criminoso. Sua mulher, irmão, cunhada, mãe, primo, filhos e sobrinhos estão sendo investigados por sua participação nas atividades ilícitas.
Enquanto as autoridades continuam a busca por Eurípedes Júnior, que está foragido desde a decretação de sua prisão preventiva, o Solidariedade se vê em meio a uma crise sem precedentes, colocando em xeque não apenas a integridade do partido, mas também a confiança dos cidadãos na política nacional.