Relatório do MPF revela detalhes do esquema que desviou bilhões na Americanas

As investigações do Ministério Público Federal (MPF) apontam que a fraude contábil bilionária na Americanas, que durou ao menos uma década, não seguia uma sequência lógica ou temporal pré-definida. O esquema incluía a criação de comitês inexistentes para enganar empresas de auditoria e a utilização de emails falsos de fornecedores, segundo reportagem do jornal O Globo.

Modus Operandi do Esquema

Um relatório da Polícia Federal (PF), baseado na delação de Marcelo da Silva Nunes, ex-diretor financeiro da varejista, revela que emails falsos de fornecedores eram criados para dar “de acordo” às cartas fictícias de Verba de Propaganda Cooperada (VPC). Marcelo Nunes explicou que os fornecedores não sabiam que seus emails eram adulterados para incluir essas cartas, que eram então enviadas às auditorias para aprovar as contas da empresa.

A VPC consiste na concessão de créditos por fornecedores aos varejistas por motivos comerciais variados, como a inclusão de produtos em materiais promocionais ou o acúmulo de estoque devido ao lançamento de novos produtos. No entanto, a PF descobriu que a antiga diretoria da Americanas criava lançamentos contábeis fraudulentos referentes a VPCs inexistentes, melhorando artificialmente os resultados financeiros da companhia.

Marcelo Nunes detalhou que, nas reuniões com as auditorias, diversos esforços eram feitos para esconder as fraudes. O fechamento de resultados no final do ano era especialmente problemático, pois diversas fraudes precisavam ser cometidas para ocultar os esquemas das auditorias. A PF concluiu que os resultados da Americanas eram manipulados através da criação e registro artificial de contratos de VPC, que funcionavam como redutores de custo sem contrapartidas reais, majoritariamente na forma de redutores da conta de fornecedores.

As revelações trazem à tona a complexidade e a abrangência das fraudes na Americanas, destacando a necessidade de reforço nos mecanismos de controle e auditoria. O caso também ressalta a importância da transparência e da ética nos negócios para manter a confiança dos investidores e consumidores.

A investigação continua, e espera-se que novas informações venham à tona, ajudando a esclarecer a extensão total da fraude e a responsabilidade dos envolvidos.

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