Saneamento precário provocou mais de 8,8 mil mortes no Brasil em 2024, aponta SUS

O Brasil registrou 8.830 mortes em 2024 causadas por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado, segundo levantamento feito com base em dados do DATASUS, do Sistema Único de Saúde (SUS). O número corresponde a 76,4% do total de óbitos (11.554) provocados por essas enfermidades no ano.

Os idosos foram o grupo mais vulnerável: só entre pessoas acima de 60 anos houve mais de 80 mil internações, das quais milhares evoluíram para óbito.

Apesar dos avanços trazidos pelo Novo Marco Legal do Saneamento Básico, ainda há uma parcela significativa da população brasileira sem acesso a água tratada e coleta de esgoto. “É urgente avançar muito mais para reduzir esses tristes índices”, destaca Elzio Mistrelo, diretor da Apecs (Associação Paulista de Empresas de Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio Ambiente).

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 94% dos casos de diarreia no mundo estão relacionados à falta de saneamento. Além da diarreia, a precariedade expõe milhões de brasileiros a doenças como hepatite A, leptospirose, esquistossomose, cólera, giardíase, amebíase, febre tifoide, infecções de pele e micoses.

Atualmente, cerca de 34 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à água potável, e mais de 90 milhões vivem sem coleta e tratamento de esgoto. O Novo Marco Legal estabelece que até 2033 o país deve garantir 99% de cobertura em abastecimento de água e tratamento de esgoto. “Ainda restam oito anos e o setor está aquecido. Estamos no caminho”, afirma Mistrelo.

Burburinho News
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