Morador de Lauro de Freitas hA? 40 anos, o taxista Vladimir Magno, 55 anos, conta que, na adolescA?ncia, sentava com os amigos na praA�a e “contava nos dedos” os carros que passavam pela rua.
Hoje, a situaA�A?o A� bem diferente: “A cidade cresceu sem planejamento e jA? nA?o hA? espaA�o para os carros. HA? congestionamentos em praticamente todos os pontos. Lauro de Freitas nA?o tem mobilidade”, afirma.
O relato de Magno ilustra um problema enfrentado diariamente pela populaA�A?o do municA�pio: o trA?nsito caA?tico. E se engana quem pensa que os problemas da mobilidade de Lauro se resumem A� avenida Santos Dumont (BA-099, tambA�m conhecida como Estrada do Coco).
AlA�m deste, outros trA?s pontos sA?o considerados crA�ticos: a avenida Luiz TarquA�nio (paralela A� Estrada do Coco), a regiA?o de Vilas do AtlA?ntico (por conta da concentraA�A?o de escolas) e o Centro da cidade. Na Estrada do Coco, inclusive, a situaA�A?o piorou com a inauguraA�A?o de uma loja da rede atacadista AssaA�, segundo queixas de moradores .
A prefeitura, por sua vez, acredita que a chegada do metrA? ao aeroporto (no final deste ano) e a inauguraA�A?o da Via Metropolitana (no segundo semestre de 2017) irA?o ajudar a melhorar a fluidez do trA?fego no municA�pio. Informou tambA�m que estA? adotando medidas para solucionar os problemas.
Relatos
Motoristas dizem que a falta de ordenamento no trA?nsito e a ausA?ncia de vias suficientes sA?o os principais causadores dos congestionamentos. AlA�m disso, eles reclamam da falta de vias alternativas para evitar as avenidas Santos Dumont e Luiz TarquA�nio, que estA?o sobrecarregadas.
Na A?ltima quarta-feira, no Centro, o autA?nomo Miranda Nunes, 50, tentava, sem sucesso, encontrar vaga para estacionar. “O trA?nsito sA? piora. As mudanA�as feitas pela prefeitura nA?o dA?o certo e a cidade estA? ficando intrafegA?vel”, reclama.
TambA�m no Centro, a secretA?ria escolar Erenita Alfano, 40, diz que falta controle nas vagas de estacionamento. “Aqui as pessoas estacionam em qualquer lugar. Em ruas estreitas, hA? carros estacionados em qualquer lugar, mesmo com placas de proibiA�A?o, mas ninguA�m fiscaliza”, diz.
AlA�m de ouvir moradores de Lauro, a redaA�A?o passou por diversas vias consideradas problemA?ticas. Na Estrada do Coco, um dos problemas identificados foi que diversos micro-A?nibus ficam parados nos pontos de A?nibus mais tempo do que o necessA?rio para embarcar e desembarcar passageiros.
Com isso, os A?nibus acabam tendo dificuldades para parar nos pontos, o que provoca retenA�A�es. JA? em Vilas do AtA?ntico, as escolas e condomA�nios fazem com que haja grande circulaA�A?o de veA�culos. Nos horA?rios de pico, com a entrada e saA�da dos alunos das escolas, o entorno fica congestionado.
JA? a avenida Luiz TarquA�nio tem grande fluxo de veA�culos, em especial nos horA?rios de pico. No Centro, , a falta de vagas de estacionamento e o grande fluxo de A?nibus faz com que o trA?fego fique lento.
“NA?o acredito em projetos para melhorar o trA?nsito. Outros jA? foram feitos e nA?o deram certo, simplesmente porque a cidade nA?o tem mais A?rea fA�sica”, afirma o taxista Vladimir Magno.
Planejamento urbano
Para AntA?nio JosA� de Azevedo, mestre em desenvolvimento regional e urbano, o professor da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), a mobilidade de Lauro de Freitas estA? comprometida porque nA?o hA? planejamento que vise a integraA�A?o com Salvador, SimA�es Filho e CamaA�ari.
“A funA�A?o da cidade como dormitA?rio e A?rea de lazer provocou um ‘inchaA�o’, por conta tambA�m dos conjuntos habitacionais, e nA?o tem vias alternativas de acesso”, diz ele, que tambA�m A� especialista em trA?nsito e transporte.
Ele lembra tambA�m que a Estrada do Coco, que corta o municA�pio, A� via de acesso ao polo de CamaA�ari e A� regiA?o turA�stica do Litoral Norte. “A geografia nA?o ajuda. NA?o hA? espaA�os para fazer contornos, avenidas, novas vias. Os terrenos sA?o carA�ssimos, e as indenizaA�A�es seriam altA�ssimas”, pontua.
Azevedo acredita que o metrA? e a Via Metropolitana vA?o amenizar os problemas, mas nA?o solucionA?-los. “A� preciso usar a lei de uso do solo para ordenar o trA?fego e planejar vias de acesso e viadutos, nos pontos estratA�gicos”, frisa.
Fonte: A Tarde