O Ministério Público da Bahia (MP-BA) e a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) deflagraram, nesta quarta-feira (27), a Operação Sangue Frio, mirando um soldado da Polícia Militar acusado de homicídio qualificado. A vítima, Juliana de Jesus Ribeiro, gerente de supermercado, foi assassinada a tiros em 25 de maio do ano passado, na cidade de Saubara, no recôncavo baiano.
Na operação, estão sendo cumpridos mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão, expedidos pela Vara Criminal de Santo Amaro. As diligências incluíram a cela do Batalhão de Choque, em Lauro de Freitas, onde o policial já estava detido desde a Operação Salobro, que investigou a participação de PMs em milícias na região de Santo Estêvão, em outubro do ano passado.
A denúncia do Ministério Público, aceita pela Justiça, alega que o soldado executou Juliana sem dar-lhe qualquer chance de defesa. Imagens das câmeras de segurança mostram que o policial disparou várias vezes contra a mulher, já rendida e de costas para ele.
Laudos policiais indicam que Juliana foi atingida várias vezes à queima-roupa, em diversas partes do corpo. Treze dias antes do crime, o policial foi visto observando a rotina da vítima, seguindo o mesmo trajeto e repetindo as ações que realizou no dia do homicídio.
Segundo a investigação, o PM e um cúmplice renderam Juliana por volta das 19h30 quando ela saía do trabalho, utilizando técnicas semelhantes às de abordagem policial. O soldado ainda teria alterado as placas do veículo utilizado no crime para dificultar as investigações.
O MP destaca que as evidências e provas do inquérito policial apontam que o soldado planejou, premeditou e executou a ação que resultou na morte de Juliana de Jesus Ribeiro. A Justiça determinou a prisão preventiva do PM, considerando sua periculosidade e os fortes indícios de homicídio qualificado.