Trump pressiona China a quadruplicar compra de soja americana, e Brasil pode perder espaço no mercado

A poucos dias do fim da trégua tarifária entre Estados Unidos e China, o presidente americano Donald Trump elevou a pressão sobre Pequim. No domingo (10), o republicano pediu que a China quadruplicasse imediatamente suas compras de soja dos EUA, movimento que pode ter impactos diretos sobre o Brasil, hoje principal fornecedor do grão ao mercado chinês.

O apelo foi feito por Trump na rede Truth Social, onde afirmou estar preocupado com uma possível escassez da oleaginosa e agradeceu antecipadamente ao presidente chinês Xi Jinping pelo “rápido serviço” em atender ao pedido. O anúncio fez os contratos mais ativos da soja na Bolsa de Chicago saltarem 2,2% nesta segunda-feira (11), para US$ 10,09 (R$ 55,02) o bushel.

A China, maior compradora de soja do mundo, importou cerca de 105 milhões de toneladas do produto em 2024. Desse total, menos de um quarto veio dos Estados Unidos; a maior parte foi fornecida pelo Brasil. Se atendida, a demanda de Trump mudaria radicalmente essa dinâmica, deslocando a soja brasileira do principal destino de exportação.

Especialistas, contudo, veem a proposta como improvável. “É altamente improvável que a China venha a comprar quatro vezes o volume habitual de soja dos Estados Unidos”, avalia Johnny Xiang, fundador da AgRadar Consulting, em Pequim.

A trégua tarifária entre Washington e Pequim expira nesta terça-feira (12). A Casa Branca sinaliza possibilidade de prorrogação, mas não confirma se o aumento das compras de soja será condição para a renovação. O movimento é parte da estratégia de Trump para reduzir o superávit comercial chinês com os EUA, mantendo pressão sobre seu principal parceiro econômico.

Burburinho Newstrump
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