Anualmente, 7,7 milhões de pessoas morrem devido a infecções bacterianas, com 1,27 milhões dessas mortes associadas a bactérias resistentes a antibióticos. Um estudo recente divulgado na revista científica The Lancet revela que a adoção de medidas como vacinação e acesso a saneamento básico pode reduzir cerca de 750 mil dessas mortes.
O levantamento destaca a gravidade do problema das bactérias resistentes a antibióticos, que é particularmente severo nas regiões mais pobres do mundo. Ana Cristina Gales, professora da Escola Paulista de Medicina da Unifesp e uma das autoras do estudo, enfatiza que medidas simples e eficazes podem ser implementadas para combater essa ameaça.
A vacinação contra outros agentes infecciosos pode prevenir hospitalizações e, consequentemente, reduzir a incidência de infecções bacterianas. Por exemplo, a vacinação contra a gripe pode diminuir a ocorrência de pneumonias bacterianas, uma complicação comum da gripe, e assim reduzir a necessidade de uso de antibióticos.
“Você vai ter uma pneumonia bacteriana como uma complicação da gripe e vai usar antibiótico. Então, se você se vacinar contra a gripe, a chance de ter gripe é menor e, consequentemente, terá menos pneumonias bacterianas como complicação desses casos e usará menos antibiótico”, explica Gales.
Embora todos estejam suscetíveis a infecções bacterianas, crianças, idosos e pessoas imunocomprometidas são os mais afetados. Para esses grupos, a vacinação contra doenças respiratórias, como a gripe e bactérias pneumocócicas, é crucial no combate a infecções bacterianas.
A implementação de medidas preventivas como vacinação e melhoria no saneamento básico pode ser uma estratégia vital para reduzir a mortalidade associada a infecções bacterianas e combater a resistência a antibióticos. O estudo ressalta a necessidade de políticas públicas eficazes para melhorar a saúde global, especialmente nas regiões mais vulneráveis.