Vendas do varejo caem 1,6% em março, com recuo em quase todos os setores, aponta índice

O comércio varejista brasileiro registrou queda de 1,6% em março, em relação a fevereiro, e retração de 1,8% na comparação com março de 2024. Os dados são do Índice Varejo Stone (IVS), divulgados nesta segunda-feira (14), e refletem o impacto do aperto orçamentário das famílias e da inflação sobre o consumo.

De acordo com o levantamento, sete dos oito segmentos analisados tiveram desempenho negativo no mês. As maiores quedas foram nos setores de:

  • Material de Construção: -5,5%
  • Tecidos, Vestuário e Calçados: -3,4%
  • Móveis e Eletrodomésticos: -2,7%
  • Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico: -2,0%
  • Artigos Farmacêuticos: -1,9%
  • Livros, Jornais e Papelaria: -0,3%
  • Combustíveis e Lubrificantes: -0,1%

A única exceção foi o setor de Hiper e Supermercados, que teve alta de 2,2% em março.

No comparativo anual, apenas Material de Construção (+3,2%) e Combustíveis e Lubrificantes (+2,3%) apresentaram crescimento. Os demais segmentos seguiram em queda, com destaque para:

  • Livros, Jornais e Papelaria: -13,6%
  • Móveis e Eletrodomésticos: -8,8%
  • Vestuário e Calçados: -3,9%
  • Artigos Farmacêuticos: -3,5%

Desempenho por estado

Na comparação anual, apenas sete estados registraram crescimento nas vendas: Acre (2,1%), Pará (1,7%), Goiás (1,0%), Roraima (0,8%), Piauí (0,6%), Sergipe (0,5%) e Amazonas (0,3%).

O Rio Grande do Sul teve a maior queda entre as unidades da federação, com retração de 8,2%. Outros estados com desempenhos negativos expressivos incluem:

  • Rondônia (-5,5%)
  • Rio Grande do Norte (-5,2%)
  • Mato Grosso do Sul (-4,8%)
  • Pernambuco (-3,7%)
  • Santa Catarina (-3,4%)

O Maranhão foi o único estado a registrar estabilidade (0,0%).

Análise

Para o pesquisador econômico da Stone, Matheus Calvelli, o resultado reflete o impacto do endividamento das famílias e da inflação persistente, que têm limitado o consumo. “Esse aperto no orçamento tem pesado no consumo e ajuda a explicar a desaceleração do varejo nos últimos quatro meses”, explicou.

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