Contador acusa Planserv de descumprir ordem judicial e negar autotransplante de medula
Justiça determinou, por meio de liminar, o pagamento de R$ 220 mil para custeio do procedimento cirúrgico
Desde que recebeu o diagnóstico de câncer, em março deste ano, um contador, de 44 anos, busca de forma incessante possibilidades de tratamento. A maior delas é o autotransplante de medula óssea, cujo procedimento é semelhante ao da hemodiálise e o valor é orçado em R$ 220 mil.
O Plano de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos (Planserv), contudo, nega-se a depositar a quantia. O homem preferiu não se identificar, por medo de perder o que resta da cobertura do seu plano de saúde.
Ele conta que, por meio de uma liminar, a Justiça autorizou que o procedimento fosse realizado no mês de agosto, às custas do Planserv. O prazo terminou na última segunda-feira (13).
“Então eu procurei as vias judiciais. O juiz liberou imediatamente, porque é um câncer muito agressivo, mas até hoje eles não pagaram”, relata, ao acrescentar que uma segunda ordem, datada em 2 de dezembro, reitera a obrigação do plano.
Em resposta, o Planserv não deu maiores detalhes sobre o caso. Um dia depois de ser procurado pela reportagem, o plano de saúde limitou-se a dizer que, por ser um procedimento complexo, realizado em apenas uma unidade na Bahia, “o Planserv está adotando todas as medidas necessárias para dar cumprimento à demanda”. As medidas não foram especificadas, assim como nenhum prazo para que a decisão da justiça fosse cumprida.
O contador, que mora em Salvador, foi submetido a seis meses de quimioterapia e outros três de radioterapia, mas é no autotransplante que vê chances maiores de sobreviver à doença. A expectativa é que o procedimento cirúrgico, que funciona como uma espécie de limpeza do sangue, seja realizado no Hospital São Rafael, na capital baiana. Ele acrescenta que, em 20 anos assistido Planserv, nunca antes teve tanta urgência.
*Com informações do Metro1