Segundo o titular da Semob, a Prefeitura atua na mediação para que a categoria e os empresários cheguem a um acordo
Em conversa com a imprensa nesta quinta-feira (4), dia em que o transporte coletivo de Salvador ficou comprometido por conta de uma paralisação dos rodoviários que resultou no atraso na saída de 20% da frota de ônibus, o secretário municipal de Mobilidade (Semob), Fabrizzio Muller, reafirmou o papel da Prefeitura na mediação do conflito e afirmou que deve se reunir com a categoria ainda nesta semana.
“Eu marquei hoje pela manhã, cedo, com os concessionários. Essa semana também já estive com sindicato, devemos nos reunir entre hoje e amanhã”, informou o titular da Semob.
Segundo Muller, a posição do executivo municipal é de “intermediar as tratativas, de buscar uma interlocução para que se chegue rapidamente em um acordo, do ponto de vista salarial e das demandas, pra que a população não sofra de forma injusta como sofreu hoje com esse atraso”
Ao longo da manhã, a pasta informou que acompanhou a operação do sistema de ônibus desde as primeiras horas e liberou 215 veículos do Sistema Complementar para atender os usuários do transporte coletivo.
“A Semob ressalta que tem acompanhado as negociações entre os rodoviários e as concessionárias, e espera que as partes cheguem a um entendimento o mais breve possível para evitar maiores transtornos aos usuários do transporte de Salvador”, afirmou a pasta, por meio de nota.
PARALISAÇÃO
Os transtornos desta quinta ocorreram por conta da paralisação de 20% da frota, com atraso na saída dos ônibus na garagem G1 de Praia Grande, localizada no Subúrbio Ferroviário, e na a garagem G1 de Campinas de Pirajá. Após as 8h os coletivos voltaram a circular, mas os reflexos da retomada não foram imediatos.
As suspensões temporárias são um alerta da categoria aos empresários, em virtude da campanha salarial. Segundo o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Fábio Primo, apesar da classe já ter se reunido em diversas ocasiões com as concessionárias, o impasse persiste.
“Infelizmente, não tivemos nenhuma proposta por parte dos empresários e da Prefeitura. Já tivemos quatro rodadas de negociação, sem nenhum avanço. Hoje, tivemos uma rodada que escutamos dos empresários que eles não tinham dinheiro para fazer reajuste”, afirmou.
Em entrevista à Rádio Mix, na manhã desta quinta (4), o sindicalista aventou a possibilidade de uma greve. “Não descartamos, nesta semana ainda, uma paralisação geral de 24h de 100% da frota”, disse Primo, que também aponta omissão da gestão municipal.
“A Prefeitura, em nenhum momento, se manifestou. Mandamos um ofício para a Secretaria de Mobilidade e para o próprio gabinete do prefeito informando [sobre a campanha salarial], eles estão cientes”, destacou Primo.
A categoria lista três principais reivindicações: reajuste de 10% a 11%, compensação de horas extras e a permanência dos cobradores nas frotas dos coletivos.
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