Aliados de Lula e governo federal se unem para impor regras rigorosas aos clubes de tiro no Brasil
No segundo semestre, os aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso Nacional planejam uma ação conjunta com o governo federal para enfrentar o que consideram um ambiente de “vale-tudo” nos clubes de tiro no Brasil.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, prepara-se para apresentar um decreto com normas mais rígidas para o funcionamento desses estabelecimentos, enquanto a base governista pretende defender um projeto de lei similar na Câmara dos Deputados.
De acordo com a coluna Guilherme Amado, do site Metrópoles, a proposta já foi protocolada pelo líder da Rede na Casa, deputado Túlio Gadêlha (PE). O projeto inclui medidas como a proibição do transporte de armas pelos membros dos clubes entre 0h e 6h, período em que esses estabelecimentos devem permanecer fechados.
Essa estratégia consiste em “lutar em duas frentes”: o governo utilizará decretos para impor restrições aos clubes, enquanto os deputados votarão em leis que visam endurecer as regras para o porte de armas pelos associados.
Um dos motivos para essa ação é o fato de muitos clubes de tiro passarem a operar 24 horas por dia, aproveitando as novas regulamentações sobre o transporte de armas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Isso significa que os frequentadores desses clubes podem, teoricamente, transportar armas a qualquer momento do dia, o que pode levar a uma posse indiscriminada de armas de fogo.
Gadêlha afirmou ao colunista que pretende discutir com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a inclusão de seu projeto na pauta de votação, apesar da forte oposição da bancada favorável ao armamento.
“Enxergamos a possibilidade de a bancada da bala tentar intervir para barrar o projeto. Mas esperamos bom senso da mesa diretora e de todos os congressistas, pois o Parlamento deve trabalhar para diminuir os índices de violência e garantir a eficiência da segurança pública. O funcionamento irrestrito desses locais é uma ameaça à população e também é fruto da escalada armamentista implantada pelo último governo. A resposta da Casa de Leis tem de ser clara e rápida”, destacou Gadêlha.