Nos últimos dez anos, o governo federal desembolsou cerca de R$ 11,1 bilhões para lidar com as crises causadas por desastres naturais, quase três vezes mais do que os R$ 4 bilhões investidos no mesmo período para prevenir essas tragédias. Esses dados foram revelados por um levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU), conforme reportagem do portal UOL.
De acordo com o Painel de Informações do tribunal, a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, ligada ao Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, é responsável por coordenar as ações de proteção e defesa civil em todo o país. No entanto, apenas 36% dos R$ 15,7 bilhões gastos com “Gestão de Riscos e Desastres” no período foram destinados à prevenção.
Embora os desastres naturais tenham aumentado nos últimos anos, os gastos do governo nessa área vêm diminuindo ao longo do tempo. Em 2014, foram repassados R$ 2,8 bilhões, enquanto em 2021, o montante despencou para R$ 914 milhões. Os menores aportes ocorreram durante o governo Bolsonaro.
O Ministério da Integração ressaltou que seu papel principal é responder às emergências decorrentes de desastres, e que as políticas de prevenção são compartilhadas com outras pastas, especialmente o Ministério das Cidades. No entanto, a política de riscos e desastres foi afetada após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, resultando no fim do Ministério das Cidades no governo anterior. Essas políticas estão sendo retomadas na atual gestão.
O levantamento não considerou os gastos para o ano de 2024, pois o ano ainda não terminou. O governo reservou R$ 2,6 bilhões para serem gastos ao longo do ano, o maior valor desde 2015.