A situação do Centro de Exposições do Centro Administrativo da Bahia (CAB), também conhecido como “Prédio da Balança”, é preocupante, refletindo uma grave falta de manutenção que ameaça a integridade do edifício. Construído em 1974 e projetado pelo renomado arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, o prédio é um exemplo importante da arquitetura brutalista brasileira. A estrutura, que apresenta volumes suspensos e tirantes de sustentação, necessita de escoramento emergencial para evitar um possível desabamento, tal como ocorreu com o Centro de Convenções em 2016.
O escoramento emergencial foi contratado pela Secretaria de Administração do Estado da Bahia por R$ 1,78 milhão, após anos de negligência na conservação do edifício. Especialistas, como o engenheiro Antônio João Leite, já alertavam desde 2007 sobre a necessidade de inspeções estruturais, especialmente nos tirantes que ajudam a manter a estabilidade da construção. No entanto, a aparente ausência de manutenção adequada fez com que a situação se deteriorasse a ponto de exigir intervenções urgentes.
A arquitetura brutalista do prédio, com seu concreto aparente e formas geométricas, é um marco da modernidade em Salvador, assim como outras obras de Lelé no CAB, como a Igreja da Ascensão do Senhor. A urgência do escoramento reflete o descaso com o patrimônio arquitetônico e a necessidade de ações mais efetivas para garantir sua preservação. O perigo iminente, ao que tudo indica, ainda não foi completamente afastado.