Ações da Americanas Disparam 30% com Lucro de R$ 10,3 Bilhões no 3º Trimestre de 2024
A Americanas (AMER3), que passa por recuperação judicial, surpreendeu o mercado ao registrar lucro líquido de R$ 10,3 bilhões no terceiro trimestre de 2024, revertendo o prejuízo de R$ 1,63 bilhão do mesmo período no ano passado. O resultado, divulgado na noite anterior, impulsionou as ações da varejista, que abriram a sessão desta quinta-feira (14) com alta de cerca de 20% e, por volta das 10h26, disparavam em torno de 30%, sendo negociadas a R$ 4,38.
O lucro bilionário foi atribuído, entre outros fatores, ao “reconhecimento como receita financeira dos ‘haircuts’” aplicados durante a quitação de dívidas com credores e à reversão de juros e ajustes monetários. Segundo análise da XP, o crescimento da Americanas ainda é pressionado pelo ecommerce, que apresentou queda de 49% no volume bruto de mercadorias (GMV), enquanto o varejo físico cresceu 14% no mesmo período.
A Americanas destaca três pilares para o crescimento do varejo físico:
- Produto certo, com um novo modelo de precificação regional e estratégias de abastecimento mais eficientes;
- Negociação inteligente, voltada para a ampliação do sortimento em categorias rentáveis, como papelaria, brinquedos e vestuário;
- Melhor loja, com a otimização e fechamento de 21 unidades, resultando em um aumento de 14% nas vendas das lojas restantes.
A rentabilidade também melhorou, com a margem bruta subindo 2,6 pontos percentuais graças a um mix de produtos mais lucrativo e uma redução de custos. Além disso, a Americanas reportou uma posição de caixa líquido de R$ 482 milhões e uma queda substancial na dívida, de R$ 45 bilhões para R$ 2 bilhões, devido ao reperfilamento com credores e um aumento de capital de R$ 24,5 bilhões.
Para os próximos passos, a empresa planeja focar em:
- Aumentar as vendas por metro quadrado;
- Melhorar as estratégias de precificação e logística;
- Implementar um projeto de modulação das lojas;
- Adotar um controle mais rigoroso dos SKUs (unidades de estoque).
A XP aponta que a estratégia de precificação mais racional pode fortalecer a Americanas no competitivo cenário do ecommerce, mas permanece cautelosa quanto ao setor devido à demanda ainda pressionada pela situação econômica e à intensa competição.
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