Lavagem de Itapuã acontece na quinta-feira (20) com cortejos, homenagens e manifestações culturais
A tradicional Lavagem de Itapuã, última grande festa popular antes do Carnaval de Salvador, será realizada na quinta-feira (20), reunindo cortejos, manifestações culturais e homenagens organizadas pelos próprios moradores do bairro.
A celebração começa ainda de madrugada, às 2h, com a apresentação do Bando Anunciador, um grupo de músicos locais que percorre as ruas do bairro tocando instrumentos de sopro e percussão. Às 5h, a alvorada e a queima de fogos marcam o amanhecer da festa.
Em seguida, ocorre a Lavagem Nativa, organizada pelo Grupo Mãe, em que moradores lavam as escadas da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Itapuã, na Praça Dorival Caymmi. Logo após, acontece o samba de roda com a participação das Ganhadeiras de Itapuã, grupo de mulheres que preservam a cultura do bairro através da música.
A festa segue com um café da manhã comunitário, tradição iniciada por D. Niçu e mantida por sua família. No sentido oposto ao cortejo principal, acontece o arrastão do grupo Mulheres que Incentivam, saindo às 7h em direção ao coqueiral de Piatã.
Às 11h30, as tradicionais baianas realizam a lavagem das escadarias da paróquia, utilizando água de cheiro e mantendo viva uma das principais tradições da festa. O cortejo das baianas, acompanhado pelos Alabês, reúne cerca de 150 participantes, representando a cultura afro-brasileira.
Os homenageados deste ano são Gildete Santana Mendes dos Santos, conhecida por carregar o balaio de milho branco e pipoca durante o cortejo das baianas, e José Carlos Santana (Doté Zé de Gbessem), importante figura da comunidade.
A Lavagem de Itapuã também contará com apresentações de grupos culturais e blocos locais, como Filhos de Omolum, Filhos de Nanã, Bloco Cultural de Itapuã – Galera do Mar, Puxada Itapuãnzeira, Cardume do Som e Anarkas.
Um dos pontos altos do evento será a presença da Baleia Rosa do Amor, ícone cultural da Lavagem de Itapuã desde 1987, que este ano homenageará a jornalista Helô Sampaio.
Para Celso Di Niçu, organizador da festa, a Lavagem de Itapuã é um evento único por ser totalmente mantido pelos próprios moradores. “É uma festa que representa o sentimento de ser ‘itapuãnzeiro’. Organizar a lavagem é mais que um prazer, é um compromisso para garantir que a tradição continue”, afirmou.