Venda de área verde na orla de Salvador gera polêmica entre prefeito e oposição
O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), defendeu a venda de uma área verde entre o Cristo da Barra e o Clube Espanhol, na orla da capital baiana. O espaço foi arrematado em leilão por R$ 16 milhões após a desafetação e deverá abrigar um empreendimento imobiliário. A decisão gerou críticas da oposição, que acusa a gestão municipal de favorecer a especulação imobiliária em detrimento da preservação ambiental.
O que disse o prefeito?
Bruno Reis argumentou que a área não gerava arrecadação para a cidade e que a venda trará benefícios financeiros, incluindo impostos como ITIV e IPTU. Ele estima que a negociação pode gerar até R$ 50 milhões, que seriam investidos em projetos sociais, escolas e restaurantes populares.
“Era uma encosta que não servia para nada, não gerava um real de imposto e foi arrematada por R$ 16 milhões. Esse valor permitirá mudar a vida do povo pobre da periferia de Salvador”, afirmou o prefeito.
Bruno também minimizou as críticas sobre o impacto urbanístico, dizendo que o novo empreendimento não prejudicará a vista da orla.
“Se vai tirar vista parcial, lateral, que nem na frente é, isso não pode impedir o desenvolvimento da cidade.”
Críticas da oposição
A vereadora Marta Rodrigues (PT) classificou a venda como “vergonhosa” e criticou a falta de debate público sobre o tema.
“Aproveitou que o povo está focado no Carnaval para vender a cidade por debaixo dos panos, como sempre.”
Já a vereadora Aladilce Souza (PCdoB) acusou o prefeito de priorizar a construção de espigões na orla, sem considerar os impactos ambientais.
“Agora ele é o Prefeito do Cimento, não é só o Prefeito das Taxas. A cidade já está quente e vai ficar ainda mais quente.”
A polêmica sobre a venda da área verde promete continuar sendo debatida, especialmente com o avanço do projeto imobiliário no local.