Crise diplomática com os EUA derruba bancos brasileiros e aumenta pressão sobre sanções a Moraes
O impasse diplomático entre Brasil e Estados Unidos provocou forte turbulência no mercado financeiro nesta terça-feira (19). Em um único dia, os principais bancos brasileiros perderam R$ 41,3 bilhões em valor de mercado, reflexo do temor de sanções norte-americanas ligadas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
As quedas mais acentuadas foram registradas pelo Banco do Brasil (-6,02%) e Santander (-4,87%), seguidos por Bradesco, Itaú e BTG, que recuaram acima de 3%.
A tensão cresceu após o ministro do STF Flávio Dino declarar que a aplicação de leis estrangeiras contra cidadãos brasileiros depende de validação da Corte. A fala ocorreu em meio à decisão da Justiça dos EUA de incluir Moraes na lista de sanções da chamada Lei Magnitsky, que prevê congelamento de ativos e restrições a transações financeiras.
Como grande parte das operações internacionais é realizada em dólar e pelo sistema Swift, bancos com atuação fora do país podem ser obrigados a cumprir a medida.
Para dirigentes do setor, o problema vai além da economia. Um ex-presidente de banco que atua no Brasil e nos EUA classificou o cenário como “geopolítico”, destacando que a incerteza sobre qual legislação deve prevalecer — a norte-americana ou a brasileira — aumenta a insegurança jurídica e pressiona ainda mais o mercado.