O governo dos Estados Unidos anunciou, nesta quarta-feira (9), uma nova rodada de tarifas sobre produtos chineses, ampliando a ofensiva comercial contra o país asiático. As alíquotas, que variam entre 100% e 150%, entram em vigor em 9 de novembro e terão como foco os setores marítimo, de logística e de construção naval, segundo informações do Estadão.
Em nota oficial, a Casa Branca justificou que as medidas têm como objetivo “reduzir a dependência de fontes chinesas” e “fortalecer a segurança econômica e das cadeias de suprimentos” dos Estados Unidos. O documento com os detalhes da decisão será publicado no Federal Register, o diário oficial americano.
As novas tarifas abrangem equipamentos amplamente utilizados em portos e operações intermodais, como guindastes do tipo ship-to-shore (STS) — empregados no descarregamento de contêineres —, além de chassis intermodais, trailers e semi-reboques utilizados no transporte marítimo e ferroviário.
Segundo o texto, as taxas se aplicam também a equipamentos “fabricados, montados ou contendo componentes de origem chinesa”, inclusive quando produzidos por empresas sob controle ou influência significativa de nacionais chineses.
Além das novas barreiras tarifárias, o governo americano anunciou mudanças na cobrança sobre navios estrangeiros que transportam veículos, cuja taxa passará a ser calculada por tonelada líquida, e não mais por unidade transportada. O valor foi fixado em US$ 46 por tonelada, limitado a cinco cobranças por embarcação ao ano. A regra valerá para navios construídos fora dos EUA, enquanto embarcações do governo e as inscritas no Maritime Security Program estarão isentas até abril de 2029.
De acordo com o United States Trade Representative (USTR) — órgão responsável pela política tarifária americana —, a imposição de taxas sobre guindastes e chassis chineses busca “aumentar a alavancagem dos EUA” e responder às “práticas e políticas desleais” de Pequim.
A proposta prevê ainda tarifas adicionais de até 150% sobre outros equipamentos portuários, como pórticos de pneus de borracha, guindastes sobre trilhos, empilhadeiras automáticas, reachstackers, straddle carriers, tratores de terminal e top loaders.
O USTR abriu consulta pública até 10 de novembro para possíveis ajustes na medida. Equipamentos contratados antes de 17 de abril de 2025 e entregues até 18 de abril de 2027 poderão ser isentos da tarifa de 100%.
O documento também revoga a suspensão das licenças de exportação de gás natural liquefeito (GNL), com o argumento de evitar “disrupções de curto prazo” no setor energético americano.