‘Golpe do Pix’: ex-cabo da PM buscava ajuda após despejo com o filho

O ex-cabo da Polícia Militar (PM) Antonio Paulo Hohenfeld, uma das vítimas do suposto  desvio de doações em campanhas da Record TV Itapoan, disse que procurou a equipe da emissora para pedir ajuda após ser despejado do local onde morava com o filho deficiente, em novembro de 2022. A exemplo de Hohenfeld, até o momento, pelo menos 15 casos do chamado ‘escândalo do Pix’ são investigados pela Polícia Civil.

O pai do Arthur de Jesus, de 8 anos, que tem dermatite atópica crônica, síndrome de Jô e síndrome de Hiper-IgE, que causam feridas graves na pele e em órgãos, soube no dia 22 de novembro do último ano que teria que deixar o Clube de Sargentos da Bahia, no Chame-Chame (Salvador). Sem ter um lugar para ficar com o garoto, no mesmo dia, fez contato com uma equipe de reportagem do veículo de comunicação envolvido na situação.

O objetivo era conseguir uma ajuda financeira para a moradia e custeio do tratamento de saúde do filho, que fez procedimentos médicos e usa medicação para o tratamento de abscessos em regiões como a dos olhos. Demitido da Polícia Militar em 1994, após participar de um movimento grevista, ele ainda tinha em mente usar o alcance da audiência local para pedir o avanço de um pedido de anistia enviado para o governo baiano.

“Sou vítima do escândalo do Pix. Procurei a Record no dia 22 de novembro de 2022. Levei duas horas e meia de reportagem, explicando a situação do meu filho. Ao invés  de colocar o meu Pix, o repórter colocou o Pix que seria da emissora, como mostra a gravação de um dos programas da rede daquela data, que foi ao ar do meio-dia até às 14 horas e 45 minutos. Já fiz o meu depoimento na Delegacia da Mouraria. Espero o ressarcimento de todas as doações feitas pelos telespectadores  e pelos colegas policiais para o tratamento de meu filho”, disse  o ex-cabo.

“O Pix foi apresentado na chamada da matéria, enquanto eu chorava, pedia uma solução para a minha questão, em especial para o meu filho. E colegas [policiais] ficaram comovidos com a situação, fizeram doações. Um e outro ainda falaram da transferência de R$ 3 mil, R$ 2 mil. Então achei estranho o valor final, sem a apresentação de nenhum comprovante das transações que foram feitas até aquele momento”, disse o pai do garoto Arthur.

Após a conclusão da reportagem pela TV, o ex-cabo disse que o repórter, junto com os demais membros da equipe que cobriram a sua história, entraram no carro e foram embora sem fazer um comentário sobre a forma de prestação de contas das doações que estavam sendo recebidas pelo mecanismo financeiro.

Enquanto espera pelo desfecho do caso, Hohenfeld tenta obter ajuda para o filho por meio de organizações sociais e militares.

As informações foram do A Tarde

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