Polícia Federal pede recurso à AGU para investigar advogado de Adélio Bispo

AGU recebeu o pedido na semana passada e está analisando a questão

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A Polícia Federal em Minas Gerais fez um pedido para que a Advocacia-Geral da União (AGU) entre com recurso contra a decisão do Tribunal Federal da 1ª Região, que suspendeu as investigações sobre o advogado de defesa de Adélio Bispo, Zanone Manuel de Oliveira Júnior, no início do mês.

A AGU recebeu o pedido na semana passada e está analisando a questão. De acordo com a assessoria, ela deve se manifestar dentro do prazo legal de dez dias.

A decisão do TRF-1 impede que a PF use em inquérito dados sobre Zanone e seus sócios, com base na quebra de sigilo bancário e do material apreendido em buscas realizadas em dezembro. A liminar foi deferida seguindo um mandado de segurança apresentado pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB).

O material inclui telefones celulares, livros-caixa, recibos, comprovantes de pagamento de honorários e está em poder da Justiça aguardando a decisão.

Para o desembargador Néviton Guedes, embora a facada desferida no atual presidente Jair Bolsonaro (PSL), no dia 6 de setembro, durante ato de campanha na cidade de Juiz de Fora (a 275 km de Belo Horizonte), tenha sido “um dos mais sérios crimes contra a democracia”, “a preservação dos direitos fundamentais, numa investigação criminal, impõe-se não apenas em benefício do investigado, mas também (e muito especialmente no caso presente) em razão do interesse da própria vítima e da sociedade”.

O desembargador afirma que “falha e ilegalidade na atuação dos órgãos de persecução e do próprio Poder Judiciário” podem terminar com a investigação sendo anulada, o que poderia levar à “impunidade dos culpados”.

O delegado responsável pela investigação, Rodrigo Morais, defende que o acesso aos dados do advogado ajudaria a polícia a identificar quem financiou a defesa de Adélio, qual o interesse da pessoa por trás ou apenas constatar que o próprio advogado se interessou pelo caso.

“Essa ausência da identificação de quem pagou os honorários do advogado prejudica o avanço das investigações”, disse Morais à reportagem.

Folhapress

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