O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do deputado André Janones (Avante-MG) e de alguns de seus atuais e antigos assessores parlamentares. O deputado é alvo de um inquérito no STF, iniciado em dezembro a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), que investiga desvios de salários em seu gabinete, com suspeitas de peculato, concussão e associação criminosa.
A autorização para a quebra de sigilo foi baseada em indícios de possível prática criminosa, conforme representação da Polícia Federal (PF) e aval da PGR. O inquérito foi instaurado após notícias-crime apresentadas por parlamentares de oposição e revelações de um áudio em que Janones solicita a seus assessores o repasse de parte dos salários para cobrir prejuízos de campanha eleitoral de 2016.
Assessores que receberam o áudio e ainda trabalham com o deputado foram ouvidos pela PF, e as divergências nos depoimentos foram citadas como justificativa para as quebras de sigilo. André Janones, que não negou a autoria do áudio, alegou que se tratava de uma “vaquinha” para custear gastos de campanha. O Conselho de Ética da Câmara também abriu um processo contra o deputado em dezembro.