Ataque de Israel ao Irã faz petróleo saltar e leva Petrobras a ganhar R$ 52 bi em valor de mercado
Os papéis da Petrobras (PETR3; PETR4) lideraram os ganhos da B3 nesta sexta‑feira (13), impulsionados pela disparada dos preços do petróleo depois que Israel lançou ataques a instalações nucleares e militares no Irã. Às 10h50, as ações preferenciais avançavam 2,93%, a R$ 32,60, enquanto as ordinárias subiam 3,59%. O rali ajudava a conter a queda do Ibovespa, que recuava 0,31%, aos 137.370 pontos, e elevava em cerca de R$ 52 bilhões o valor de mercado da estatal em apenas quatro sessõesvalor.globo.com.
No mercado internacional, o barril do Brent para agosto saltava 7,12%, a US$ 74,30, após tocar máxima intradiária de US$ 78,50 — maior nível desde 27 de janeiro. O WTI ganhava 6,94%, a US$ 72,75. Foi a maior variação diária para ambos os contratos desde o choque provocado pela invasão russa à Ucrânia, em 2022reuters.com.
A escalada dos preços ocorre em meio à incerteza sobre a oferta global após os bombardeios israelenses a alvos estratégicos iranianos, incluindo o complexo nuclear de Natanz. Teerã confirmou a morte de pelo menos 20 comandantes de alto escalão — entre eles o chefe da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, e o chefe do Estado‑Maior das Forças Armadas, Mohammad Bagheri — além de seis cientistas nucleares. O Irã prometeu “resposta dura”, enquanto Israel sinalizou que a operação pode se prolongar por até duas semanasreuters.comft.com.
A ofensiva elevou o prêmio de risco nos mercados globais: o índice pan‑europeu STOXX 600 recuava 0,6%, na mínima em três semanas, e o FTSE 100 cedia 0,5% em Londres. Setores de aviação e turismo lideravam as perdas, diante do redirecionamento de rotas aéreas sobre o Oriente Médio, ao passo que petrolíferas como Shell e BP subiam graças ao choque de ofertareuters.comreuters.com. Nos EUA, futuros de ações recuavam mais de 1% antes da abertura, enquanto dólar e ouro eram procurados como refúgioreuters.com.
No Brasil, além do impulso do petróleo, as ações da Petrobras também se beneficiam de expectativas de dividendos extraordinários, sinalizados pelo Ministério da Fazenda para ajudar no cumprimento da meta fiscal de 2025valor.globo.com. Analistas lembram, contudo, que a estatal tende a repassar oscilações da commodity aos preços internos de combustíveis com defasagem, o que pode limitar ganhos futuros.
Especialistas alertam que uma interrupção no Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de 20% do consumo global de petróleo, seria o principal gatilho para novas altas. Por ora, nenhuma instalação de produção ou escoamento foi danificada, mas o risco de retaliações regionais mantém a volatilidade elevada.
Com o barril em forte alta e a Petrobras na liderança das negociações, investidores locais monitoram a evolução do conflito e os impactos sobre inflação, juros e atividade econômica. A tensão geopolítica devolveu protagonismo ao setor de energia e, ao menos por hoje, aliviou parte das perdas do índice brasileiro.