Camaçari é investigada por uso irregular de emendas via PIX durante gestão de Elinaldo Araújo
Mais de R$ 15 milhões foram aplicados em obras com falhas de execução e indícios de superfaturamento, segundo relatório da CGU
O município de Camaçari está sendo investigado pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeitas de irregularidades no uso de cerca de R$ 15 milhões em emendas parlamentares via PIX durante a gestão do ex-prefeito Elinaldo Antônio Araújo (União Brasil).
De acordo com o relatório da CGU, aproximadamente R$ 8,3 milhões desses recursos foram destinados a obras de drenagem que apresentaram falhas graves de planejamento e execução. Entre os problemas apontados estão a ausência de projetos básicos de engenharia, planos de trabalho incompletos e falta de especificações técnicas adequadas, fatores que comprometeram a transparência e a fiscalização dos gastos públicos.
Em um dos casos mais críticos, a CGU destacou a construção de uma ponte sobre galerias de concreto na Rua Carajás, executada sem fundações adequadas e sem dimensionamento técnico, o que foi classificado como “temerário” pelo órgão. Também foram identificados indícios de superfaturamento, como serviços pagos com maquinário que teriam sido executados manualmente e o uso de materiais diferentes dos previstos em contrato.
Em nota, a Prefeitura de Camaçari afirmou que as irregularidades referem-se à gestão anterior, comandada por Elinaldo Araújo, e declarou estar à disposição para colaborar com as investigações.
O caso faz parte da Operação Overclean, conduzida pela Polícia Federal, que investiga o uso irregular de emendas parlamentares em diversos municípios baianos e tem acompanhamento do STF.

