Nos últimos dias, a Câmara dos Deputados, que estava praticamente parada devido ao envolvimento dos parlamentares nas campanhas eleitorais municipais, superou a marca de R$ 4,3 bilhões em despesas acumuladas ao longo de 2024, segundo a coluna Radar da revista Veja. Esse montante representa 54,3% do total autorizado para os gastos dos deputados ao longo do ano. A estimativa é de que os parlamentares tenham margem para utilizar cerca de R$ 8 bilhões no total até o fim de 2024.
Um dos principais itens que contribuem para esses gastos é a chamada “verba de gabinete”. Essa verba, que serve para o pagamento dos secretários parlamentares que auxiliam os deputados em suas atividades tanto em Brasília quanto nos estados, já atingiu a marca de R$ 366 milhões somente neste ano. Cada um dos 513 deputados federais tem direito a até R$ 125 mil mensais para contratar até 25 assessores, conhecidos como secretários parlamentares, com salários que variam de R$ 1.492 a R$ 17.638, de acordo com as funções e responsabilidades atribuídas.
Além dos secretários parlamentares contratados diretamente pelos deputados, a estrutura da Câmara inclui 9.664 servidores ocupando esses cargos de apoio, além de 2.676 servidores concursados que fazem parte do quadro permanente da Casa. A Câmara também contabiliza mais de 3.000 servidores aposentados que ainda impactam o orçamento, somando ao total de despesas operacionais da instituição.
Esses números demonstram a grande estrutura de pessoal e o alto custo operacional da Câmara dos Deputados, que, mesmo com atividades reduzidas devido às eleições municipais, mantém altos níveis de gasto com o pagamento de assessores e servidores.