Comissão da ONU acusa Israel de genocídio em Gaza; governo israelense reage e chama relatório de “falso”

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Uma Comissão de Inquérito independente das Nações Unidas (ONU) acusou Israel de cometer genocídio na Faixa de Gaza e apontou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e outras autoridades de incitarem e executarem atos para destruir o grupo palestino no território. O relatório foi divulgado nesta terça-feira (16), segundo informações da agência Reuters e do portal InfoMoney.

O documento, com 72 páginas, cita assassinatos em larga escala, bloqueio de ajuda humanitária, deslocamento forçado da população e destruição de infraestrutura civil, como uma clínica de fertilidade, como evidências para sustentar a acusação.

“O genocídio em curso em Gaza é um ultraje moral e uma emergência legal”, declarou Navi Pillay, chefe da comissão e ex-juíza do Tribunal Penal Internacional, durante coletiva de imprensa em Genebra.
“A responsabilidade por esses crimes recai sobre as autoridades israelenses nos mais altos escalões, que orquestraram uma campanha genocida por quase dois anos”, completou.

A divulgação do relatório coincidiu com o anúncio de Israel do início de uma ofensiva terrestre na Cidade de Gaza, o maior centro urbano da região.

Reação de Israel
O governo israelense rejeitou de forma veemente as conclusões do relatório. O presidente Isaac Herzog afirmou que o documento “distorce os fatos” e “transforma as vítimas em acusadas”.

“Enquanto Israel defende seu povo e busca o retorno dos reféns, essa comissão moralmente falida está obcecada em culpar o Estado judeu, encobrindo as atrocidades do Hamas”, disse Herzog.

O embaixador israelense na ONU em Genebra, Daniel Meron, classificou o relatório como “escandaloso” e “fabricado por representantes do Hamas”, reafirmando que Israel não cooperará com a comissão.

Contexto internacional
Apesar do peso político do documento, a comissão é independente e não fala oficialmente em nome da ONU. O termo “genocídio” ainda não foi adotado formalmente pela organização, mas a pressão de países e grupos de direitos humanos para que isso ocorra vem crescendo.

Israel já enfrenta um processo de genocídio na Corte Internacional de Justiça, em Haia, movido pela África do Sul. O governo israelense afirma que suas ações são legítima defesa em resposta ao ataque do Hamas, em 7 de outubro de 2023, que matou 1.200 pessoas e deixou 251 reféns, segundo números oficiais.

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