Encontro vai debater cuidados com o sono e a “dezembrite”
A chegada de dezembro costuma trazer não apenas festas e confraternizações, mas também um fenômeno cada vez mais discutido por especialistas: a “dezembrite”, termo popular para a chamada Síndrome de Fim de Ano. Embora não seja reconhecida como doença, a expressão se refere ao aumento de estresse, ansiedade, irritabilidade, cansaço extremo e insônia provocado por metas acumuladas, excesso de compromissos, balanços emocionais e privação de sono.
Para discutir os impactos desses sintomas e apresentar novas abordagens clínicas, Salvador sediará o XXI Congresso Brasileiro do Sono, o maior evento do país dedicado ao tema. O encontro ocorre entre os dias 3 e 6 de dezembro e reunirá especialistas do Brasil e do exterior para debater inovações, inteligência artificial aplicada à medicina do sono, novas terapias e estratégias de tratamento para distúrbios que afetam milhões de pessoas.
Dados da Academia Brasileira do Sono (ABS) mostram que os brasileiros dormem, em média, 6,4 horas por noite – bem abaixo das 7 a 9 horas recomendadas. A entidade estima que 73 milhões de pessoas no país sofrem com insônia, condição que afeta diretamente a saúde física, emocional e o desempenho no dia a dia.
“Vivemos em permanente estado de alerta. O cérebro não desliga, e dezembro amplifica isso. Metas, prazos, cobranças emocionais e a hiperconectividade criam o cenário perfeito para um verdadeiro desastre fisiológico do sono”, explica o presidente da ABS, Dr. Edilson Zancanella.
Segundo o especialista, a privação de sono agrava o esgotamento emocional, intensificando ansiedade, irritabilidade, impulsividade e estresse — fatores que alimentam a chamada síndrome de fim de ano.

