EUA dão indireta para Lula se preocupar em colocar comida na mesa dos brasileiros ao invés de se meter em Guerra
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As declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre um possível interesse dos EUA na continuidade da Guerra da Ucrânia e a recepção do chanceler russo em Brasília continuam a repercutir em Washington, onde nesta terça (18) membros do governo Biden voltaram a condenar a postura do petista.
“O Sul Global está sendo impactado não só pela pandemia, mas por esse conflito”, disse o diretor sênior de Hemisfério Ocidental do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Juan Gonzalez, um dos principais conselheiros do presidente americano, o democrata Joe Biden, para América Latina.
o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, rebateu as críticas. “O Brasil quer promover a paz, está pronto para se unir a um grupo de países dispostos a conversar sobre a paz”, disse. “E essa foi a conversa que tivemos, foram os temas que abordamos. Ele [Lavrov] se ofereceu e eu me ofereci, em nome do Brasil, para promover essas conversas. Com o presidente também não se falou de guerra, e o presidente só reiterou o que tem dito, que o Brasil está disposto a cooperar com a paz.”
Na viagem à China, Lula fez uma série de críticas aos EUA, questionou a predominância do dólar no comércio internacional e insinuou que Washington pressiona o Brasil a boicotar os chineses. Lula também visitou uma fábrica da Huawei, gigante das telecomunicações que é alvo de sanções dos EUA.
As declarações irritaram o governo americano, que, como mostrou a Folha, alega que os brasileiros não têm prezado pelo equilíbrio em seus posicionamentos e teriam adotado clara oposição a Washington. O porta-voz para Assuntos Externos da União Europeia, Peter Stano, também rebateu as falas do presidente brasileiro sobre a guerra, enfatizando que a Rússia é a “única responsável” pelo conflito.
Folha