Os memes sobre o ministro Fernando Haddad, referindo-se a ele como “Taxadd” ou “Taxad”, cresceram organicamente ao longo de 2024, espalhando-se pelas redes sociais e aplicativos de mensagens. Análises realizadas por empresas de monitoramento, como Buzzmonitor e Elife, apontam que menções à expressão “Taxadd” surgiram de maneira contínua durante todo o ano, mas tiveram um aumento significativo recentemente.
Logo no primeiro dia de 2024, um usuário da rede social X criticou a “sanha arrecadatória do Lula e seu vassalo Taxadd” em resposta a um post do governo sobre o reajuste do salário mínimo. De 1º a 7 de janeiro, a expressão foi usada 339 vezes na plataforma. Este uso aumentou para 833 menções em meados de maio, mas começou a crescer de maneira mais acentuada na semana passada, atingindo 895 menções.
Este aumento se intensificou na segunda-feira (15), quando Haddad foi chamado de “Taxadd” 3.294 vezes no X, com memes variados como “Taxando Pobre Adoidado” e “Taxamento às Cegas Brasil”. Uma das razões possíveis para essa insatisfação é a proximidade da implementação da “taxa das blusinhas”, que afetará compras de até US$ 50 em sites internacionais a partir de 1º de agosto.
O gatilho para a explosão de menções parece ter sido um comentário do secretário de Comunicação do PT, Jilmar Tatto, no X, afirmando que o apelido “não vai pegar” e que Haddad será conhecido por reduzir impostos. No dia seguinte, as menções subiram para 15.012, um aumento de 355%. No WhatsApp, o rosto do ministro apareceu 58 vezes a cada 100 mil mensagens em grupos públicos, em comparação com apenas 5 vezes na véspera.
Apesar do aumento significativo de menções, Breno Soutto, head de insights do Grupo Elife, argumenta que os dados indicam que o crescimento não foi resultado de uma ação coordenada. Ele destaca que os perfis que publicaram os memes abordam temas diversos e existem há bastante tempo, características que geralmente não são associadas a bots.
