FPI combate tráfico de aves silvestres e promove ações educativas em Bom Jesus da Lapa
Na terça-feira (20), a equipe Fauna da 51ª edição da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) do Rio São Francisco intensificou suas ações no município de Bom Jesus da Lapa, na Bahia, com o foco no combate ao tráfico e cativeiro ilegal de animais silvestres, além da educação ambiental voltada à conservação da biodiversidade local.
A operação contou com a participação de técnicos do Inema, ONG Animallia, CRMV-BA e da CIPPA/PM, que realizaram fiscalizações em residências de criadores amadores de passeriformes, utilizando o sistema Sispass para verificar a legalidade e o bem-estar dos animais.
Segundo a bióloga Karine Machado (Inema), foram conferidas anilhas, registros oficiais e condições sanitárias dos animais. Em caso de irregularidades ou maus-tratos, os responsáveis são autuados. Denúncias anônimas também foram atendidas, incentivando a entrega voluntária de animais para evitar punições.
Em uma das ocorrências, 11 aves sem anilha foram encontradas, caracterizando tráfico de fauna silvestre, o que vai além da posse e aponta para comércio clandestino.
Os animais resgatados passam por triagem: os aptos são soltos em Áreas de Soltura de Animais Silvestres (ASAS), cadastradas pelo Inema, e os inaptos são encaminhados a centros de reabilitação, como o Cetas, em Vitória da Conquista, ou a criadores conservacionistas.
Além da fiscalização, a FPI promoveu ações educativas em escolas locais, com palestras, rodas de conversa e jogos para conscientizar estudantes sobre a importância da fauna, do rio São Francisco e os impactos do tráfico de animais.
“A FPI é também um momento de sensibilização”, destacou Samantha Grimaldi, bióloga do Inema. A bióloga Aldenir Ferreira, da Animallia, reforçou que o trabalho nas escolas é essencial para formar multiplicadores da preservação ambiental.
A FPI continua com diversas ações nos próximos dias. Criada em 2002, a FPI integra órgãos públicos e entidades da sociedade civil, promovendo fiscalização ambiental, saúde pública e valorização de comunidades tradicionais. Na Bahia, é coordenada por MP-BA, MPT, CREA-BA e CBHSF.