O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está avaliando a implementação de um modelo de subsídios para reduzir o impacto da transição energética nas contas de luz, de acordo com o ministro Alexandre Silveira, responsável pelo Ministério de Minas e Energia. Em entrevista durante sua participação em Davos, Silveira afirmou que o objetivo é encontrar formas de financiar o impacto da transição energética sem comprometer a economia e sem aumentar significativamente as contas de energia.
O ministro destacou que o governo está estudando alternativas para garantir recursos destinados a estimular as fontes de energia renováveis, e que essa verba poderia ser proveniente do setor de petróleo. Ele ressaltou a importância dos biocombustíveis no contexto brasileiro, comparando-os ao papel do petróleo na Arábia Saudita. Além disso, Silveira mencionou a possibilidade de explorar combustíveis fósseis na foz do rio Amazonas como uma estratégia de “hedge” na transição energética, embora essa proposta esteja sujeita a análises de impacto ambiental.
O ministro expressou a visão de que, se o governo conseguir financiar a transição energética sem aumentar significativamente os custos de energia para os consumidores, o Brasil pode se tornar um líder na descarbonização global. Ele ressaltou a importância de equilibrar o avanço na transição energética sem comprometer o vigor da economia nacional.
A participação do ministro Alexandre Silveira e da ministra Marina Silva (Meio Ambiente) em Davos tem como objetivo apresentar o Brasil como um destino atraente para investimentos em energias limpas, destacando os compromissos do país com a sustentabilidade e a transição para fontes de energia mais limpas. Enquanto Silveira vê nos combustíveis fósseis uma compensação e uma forma de financiar a transição, Marina Silva enfrenta o desafio de justificar o uso desses combustíveis em um contexto de crise climática global. O debate sobre transição energética e questões climáticas tem sido central na reunião anual do Fórum Econômico Mundial em Davos.