O programa Mais Médicos, relançado em 2023, já atende cerca de 80% das 4,9 mil cidades brasileiras com menos de 52 mil habitantes, segundo dados do governo federal. Atualmente, o programa está presente em 3.901 dessas cidades, focando em áreas de vazio assistencial, principalmente regiões mais distantes dos grandes centros urbanos. O Ministério da Saúde estima que 26,9 milhões de pessoas agora têm acesso a serviços de saúde através do programa.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a importância do Mais Médicos para o Sistema Único de Saúde (SUS), afirmando que o programa é crucial para garantir atendimento em todo o país. Desde a retomada do governo, o número de médicos atuantes subiu de menos de 13 mil para mais de 25 mil, com a meta de alcançar 28 mil em breve.
O programa tem se expandido especialmente em municípios de maior vulnerabilidade social, onde 60% dos profissionais estão alocados. Pela primeira vez, o Ministério da Saúde também abriu vagas na Amazônia Legal, permitindo que cidades como Amapá do Maranhão (MA), Anori (AM), Calcoene (AP), e outras em situação de extrema vulnerabilidade tivessem acesso a médicos.
Além disso, o programa ampliou sua atuação nas comunidades indígenas. Em 2024, um edital ofereceu 196 novas vagas para os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs), dobrando o número de médicos nesses territórios de 242, em 2022, para 570 atualmente. A expectativa é de que, com o novo chamamento, o número de médicos em áreas indígenas ultrapasse 700.
Incentivos para o programa
No Dia do Médico (18 de outubro), o Ministério da Saúde destacou a retomada do programa Mais Médicos como uma solução para enfrentar a carência de profissionais em regiões de difícil acesso. Um dos principais desafios tem sido a permanência desses médicos nas áreas mais vulneráveis, já que 41% dos participantes deixam o programa em busca de mais qualificação. Para lidar com essa questão, o governo oferece oportunidades de aperfeiçoamento, como especialização e mestrado, através da Estratégia Nacional de Formação de Especialistas para a Saúde, que visa fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS).
Além da capacitação, o programa trouxe benefícios importantes para a permanência de médicas e médicos. Médicas em licença maternidade recebem uma compensação financeira para igualar o valor da bolsa por seis meses, complementando o auxílio do INSS. Pais também têm direito a uma licença de 20 dias, com manutenção da bolsa.
Outro avanço em 2023 foi a inclusão de vagas afirmativas para pessoas com deficiência e grupos étnico-raciais, como negros, quilombolas e indígenas. Essa iniciativa visa garantir maior diversidade no programa e ampliar o acesso à saúde em comunidades historicamente excluídas. Com essas medidas, o governo espera beneficiar 10 milhões de brasileiros e fortalecer o atendimento em áreas vulneráveis. O edital mais recente registrou um recorde de inscrições, com 33 mil candidatos disputando as vagas, atingindo uma concorrência de 10,4 profissionais por vaga.